6 de março de 2016

“Casas sustentáveis? Eis a questão....”

Em tempos de crise econômica a palavra mais usada é reduzir gastos. E isso fica pior quando a crise chega quando você estava planejando comprar uma casa, não é mesmo? E nessa situação muitas pessoas preferem adiar os planos do que gastar menos comprando uma casa mais simples e consequentemente abandonando os luxos que teriam.
Faço essa reflexão inicial, pois desde criança sempre sonhei em morar em uma casa inteligente, estilo Os Jetsons. Mas pra mim isso era coisa de desenho animado e só iria acontecer quando eu fosse idosa ou nem veria uma casa inteligente. Mas, um dia vendo televisão vi uma chamada do programa da Globo e me interessei, parando para assistir. Era sobre uma casa inteligente. Achei a ideia sensacional, principalmente quando o filho do dono da casa disse que foi ele que deu a ideia inicial de construir a casa.
Durante o programa, focaram em energia e água, bem como todos os mecanismos usados na casa para que essa economia acontecesse. Acredito que não devo ter sido a única espectadora que ficou maravilhada. Assim que acabou o programa fui pesquisar melhor sobre essa casa. Acabei descobrindo que é uma casa modelo, ou seja, apesar dos benefícios, 90% do projeto era somente marketing. Além dos custos de planejar e construir uma casa diferente do modelo “convencional”, depois de pronta ainda tinha os custos com equipamentos necessários para o funcionamento da casa.
Fiquei decepcionada e refleti: será que para ter uma casa sustentável, que cause pouco impacto ambiental, ela tem que ser construída do zero? Mais um pouco de pesquisa e descobri outra casa, de aparência humilde, mas com seus 100m²  lembrando muito uma casa de avó, com forno a lenha, arcos no meio da sala e tijolinhos vermelhos que estão na moda de decoração rústica e que se fossem colocados na sala de uma cobertura no bairro dos jardins valeriam uma fortuna. Essa casa mais humilde me chamou mais atenção que a casa inteligente, pois era quase uma cidade. Tinha uma mini-horta, produzia a própria energia usando o velho aquecimento à lenha e um toque da modernidade usando painel solar. Até o sistema de esgoto da casa dava vida às plantas de brejo.
Essa casa também tinha seu apelo ecológico, então refleti: porque engenharia não poderia estabelecer uma parceria com a arquitetura sustentável? É possível unir as duas concepções de projetos e, isso ocorre, principalmente em países desenvolvidos. Mas a imagem de casa ideal, dos sonhos, de princesa que nos é vendida desde criança não é uma casa humilde, que possa ser reformada, mas sim com uma visão de luxo, móveis contemporâneos e de artes abstratas nas paredes.
Todavia, o modelo de casa sustentável que nos é vendido não é viável à maioria da população, mas somente para poucos que podem pagar por esses projetos de casas milionárias. Constituindo-se atualmente o que muitos chamam de novo parâmetro de distinção social.
É preciso também investir em Educação Ambiental, pois a maioria população ainda não tem acesso à informações que poderiam favorece-la, haja vista o exemplo da energia eólica e energia solar. Muitos ainda não têm a consciência de que hoje essas fontes de energia são mais acessíveis (uma placa solar custa em torno de R$800) e do benefício que esse investimento pode trazer. Fica aí a reflexão que fiz e a sugestão de como seria importante no futuro constatarmos que uma casa pequena, da periferia da selva de pedra, também tivesse acesso à construções mais inteligentes ou sustentáveis.
Por fim, deixo o endereço eletrônico que dão acesso aos vídeos das duas casas maravilhosas, que se tivessem seus projetos unidos seriam ainda melhores.

Gisele Silva
Fonte vídeos:
Casa inteligente (Smart Eco House) : http://globoplay.globo.com/v/4478743/
Casa sustentável:http://portal.aprendiz.uol.com.br/2015/03/20/arquiteto-transforma-seu-lar-em-uma-casa-sustentavel/ 

Fonte imagem:
http://www.leiaja.com/tecnologia/2013/11/11/quase-todo-o-impossivel-em-os-jetsons-ja-tem-versao-real/

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário