Apresentação no II Congresso Paulista de Extensão- COPEX
10 de Agosto de 2012. Poderia dizer que esse foi o dia que
muita coisa mudou em mim. Mas
não, essa data foi apenas a conclusão de uma mudança. Longa. E árdua.
Todo projeto inicia-se com alguém. Nesse caso, “alguéns”.
Dois mil e onze. Luciana – a orientadora-, Beatriz, Thiago,
Bárbara Camargo e eu, Rayssa. Naquele ano, esse foi o grupo que iniciou o
“Consumo Responsável”, não um projeto apenas, mas o projeto que eu passaria a
amar daquele momento em diante.
Estudos, pesquisas, despedidas e boas vindas, e as
reviravoltas acabaram firmando o grupo, que, ao final daquele mesmo ano, era
composto por mim, Rayssa, Bárbara Schwartz, Thiago, Rafaella e Ana Carolina-
além de Luciana, a incansável orientadora. Todos Guerreiros. Sem armas. Com
força, paciência, dedicação e amor, pois era exatamente isso que precisávamos.
Um ano acaba, o outro começa. Dois mil e doze chegou, e
junto dele, mais três integrantes: Aline, Fernanda e André, que traziam consigo
a incerteza se estariam – ou não- trilhando o caminho certo. Mas logo
perceberam que estavam, pois a força de vontade falou mais alto. A voz que
gritava para fazer parte daquela equipe, era a mesma voz que calava todo e
qualquer medo de errar.
Mas nada foi fácil: a quantidade de pesquisas, estudos,
reuniões (intermináveis reuniões...), diferentes pontos de vista... enfim, uma
junção de fatores que passaram a fazer parte do nosso cotidiano. Como se não
bastasse, ainda tinha de aprender a ouvir – mais do que falar! (ah, quão
difícil foi essa tarefa!) E tudo por um bem maior: a realização do projeto.
Projeto esse que seria apresentado num Congresso. Não, não... não era um
congressinho qualquer, era O Congresso! Por quê?! Pelo simples fato de eu ter
que apresentá-lo! Mas agora já não dava mais tempo de voltar atrás. Quando eu
vi o meu nome no papelzinho do sorteio, pensei “Ferrou!”. E pensaria em quê?!
Por mais vontade que eu tivesse de estar lá, o medo estaria junto. O nervosismo
também.
Sobrevivi àquele momento.
Ego. Arrogância. Intrigas. E o próprio medo. Passaram a ser
características que tentei deixar pra trás, pois o Congresso estava chegando, e
não seria apenas EU ali, mas seríamos NÓS: o grupo e eu. Queria ter o cuidado
de representar todos eles com a mesma paixão que me representariam se
estivessem em meu lugar. Queria ter a certeza de que havia estudado o
suficiente para saber que não os faria passar vergonha. Queria. Queria. Queria.
Mas além de querer, eu tentei.
Consegui.
Faltando uma semana para apresentação, o pôster foi montado.
Fiquei orgulhosa. Foi em cima da hora, confesso, e isso me rendeu algumas dores
de cabeça, mas nada que acordar mais cedo num domingo (e acordar sua amiga para
te ajudar) não resolvesse.
Ficou lindo! Eu era suspeita pra falar, é claro. Mas mesmo
assim, ele continuou lindo...
Agora só faltava a apresentação. E na minha cabeça passavam
momentos daquele projeto que rodavam como um filme. Algumas cenas engraçadas,
outras nem tanto. Momentos de imensa alegria, outros de intensa raiva. Pausas
de reflexão, e minutos de conversa. E comecei a analisar o quanto eu tinha
crescido com tudo aquilo. O quanto eu tinha aprendido com aquele grupo. Céus,
como eu era sortuda!
Dia 10 chegou. É claro, ele veio acompanhado de palpitações,
dores no estômago, na barriga, no pé... E a minha voz refletia meu nervosismo:
não parei de falar por nenhum instante! (o que também não era tão raro
assim...) Eu deveria ficar ali, em pé, naquele espaço, por aproximadamente 3
horas. TRÊS HORAS! Sorte minha que tinham pessoas para conversar comigo! Sorte
minha que elas aguentaram me ouvir.
Às 9h em ponto (ou até antes, não me recordo) o pôster já
estava lá: pendurado no espaço 75, destinado a nós. Agora era só esperar alguém
do comitê de avaliação ir analisá-lo. Era só esperar. E esperar. E esperar.
Pessoas chegando, pessoas saindo e eu ali: em pé. Não sabia se
conversava com a Ana, com a Bárbara, com os meus colegas que estavam presentes;
se ria com as maluquices que minha orientadora me contava ou se chorava de dor,
porque, francamente, o que deu na minha cabeça de ir de salto para a apresentação
de um Projeto que duraria três horas?! Não, nem eu sei responder!
Mas o tempo passou, e quando se aproximava das doze horas,
Luciana (a incansável...) foi procurar alguém para me avaliar. Ou isso, ou eu
juro que mais dez minutos sentaria em qualquer cadeira para não levantar mais!
Naquela ausência, passei a conversar com a líder do nosso grupo,
Bárbara. Ficamos um bom tempo nos analisando enquanto grupo; falamos de nossas
condutas e de algumas histórias, e no exato momento que nos pegamos rindo, a
professora chegou, trazendo-é claro- uma avaliadora.
A primeira coisa que ouvi foi “Conte-me sobre o seu
projeto”... Bárbara estava comigo. Ali, ao meu lado. Comecei a falar tudo o que
eu sabia. Tudo o que eu havia estudado. Mas, principalmente, tudo o que eu
sentia. E quando me dei conta, não havia mais medo. Havia apenas o prazer de
estar ali. A vontade. A garra. Havia apenas o desejo de passar o recado, de
fazê-la entender que mais do que “falar sobre um projeto” eu estava ali pra
falar sobre minha paixão... Bárbara me ajudou nisso! Falou sobre como o projeto
havia feito diferença em sua vida, e de como ele era importante para ela.
Emocionei-me.
Depois foi minha vez. Quando descarreguei tudo o que havia
dentro de mim, ora transformado em conhecimento, ora transformado em emoção,
ouvi, juntamente com Bárbara, algo referente a “Vocês têm um brilho no olho que
é raro de se ver. Isso demonstra paixão pelo que fazem”.
Choramos. Literalmente, choramos.
Foi como um choque! Estar ali já era uma grande
oportunidade, e ouvir aquelas palavras então... minha nossa! Era a melhor
recompensa que qualquer um poderia ter!
E foi. Foi a melhor recompensa que tivemos. Não por eu
acreditar que a apresentação foi um sucesso, mas eu por ter certeza que aquele
dia foi apenas o resultado de um sucesso que começou com cada integrante do
grupo, com cada pensamento, cada erro, cada acerto. Por sentir que eu, sozinha,
não teria feito a mínima diferença. Aliás, nem teria dado conta! Mas foi o
grupo.
A equipe.
A união.
Foi isso que fez ser sucesso.
Foi isso que me fez entender que aquele dia foi e será
sempre marcante em minha vida não porque EU estava lá, mas porque, de alguma
maneira, todos eles estavam comigo...
Rayssa
Santos Moreira
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