24 de agosto de 2012


 Apresentação no II Congresso Paulista de Extensão- COPEX

     10 de Agosto de 2012. Poderia dizer que esse foi o dia que muita coisa mudou em mim. Mas não, essa data foi apenas a conclusão de uma mudança. Longa. E árdua.
Todo projeto inicia-se com alguém. Nesse caso, “alguéns”.
     Dois mil e onze. Luciana – a orientadora-, Beatriz, Thiago, Bárbara Camargo e eu, Rayssa. Naquele ano, esse foi o grupo que iniciou o “Consumo Responsável”, não um projeto apenas, mas o projeto que eu passaria a amar daquele momento em diante.
     Estudos, pesquisas, despedidas e boas vindas, e as reviravoltas acabaram firmando o grupo, que, ao final daquele mesmo ano, era composto por mim, Rayssa, Bárbara Schwartz, Thiago, Rafaella e Ana Carolina- além de Luciana, a incansável orientadora. Todos Guerreiros. Sem armas. Com força, paciência, dedicação e amor, pois era exatamente isso que precisávamos.
     Um ano acaba, o outro começa. Dois mil e doze chegou, e junto dele, mais três integrantes: Aline, Fernanda e André, que traziam consigo a incerteza se estariam – ou não- trilhando o caminho certo. Mas logo perceberam que estavam, pois a força de vontade falou mais alto. A voz que gritava para fazer parte daquela equipe, era a mesma voz que calava todo e qualquer medo de errar.
     Mas nada foi fácil: a quantidade de pesquisas, estudos, reuniões (intermináveis reuniões...), diferentes pontos de vista... enfim, uma junção de fatores que passaram a fazer parte do nosso cotidiano. Como se não bastasse, ainda tinha de aprender a ouvir – mais do que falar! (ah, quão difícil foi essa tarefa!) E tudo por um bem maior: a realização do projeto. Projeto esse que seria apresentado num Congresso. Não, não... não era um congressinho qualquer, era O Congresso! Por quê?! Pelo simples fato de eu ter que apresentá-lo! Mas agora já não dava mais tempo de voltar atrás. Quando eu vi o meu nome no papelzinho do sorteio, pensei “Ferrou!”. E pensaria em quê?! Por mais vontade que eu tivesse de estar lá, o medo estaria junto. O nervosismo também.
     Sobrevivi àquele momento.
     Ego. Arrogância. Intrigas. E o próprio medo. Passaram a ser características que tentei deixar pra trás, pois o Congresso estava chegando, e não seria apenas EU ali, mas seríamos NÓS: o grupo e eu. Queria ter o cuidado de representar todos eles com a mesma paixão que me representariam se estivessem em meu lugar. Queria ter a certeza de que havia estudado o suficiente para saber que não os faria passar vergonha. Queria. Queria. Queria. Mas além de querer, eu tentei.
     Consegui.
     Faltando uma semana para apresentação, o pôster foi montado. Fiquei orgulhosa. Foi em cima da hora, confesso, e isso me rendeu algumas dores de cabeça, mas nada que acordar mais cedo num domingo (e acordar sua amiga para te ajudar) não resolvesse.
     Ficou lindo! Eu era suspeita pra falar, é claro. Mas mesmo assim, ele continuou lindo...
     Agora só faltava a apresentação. E na minha cabeça passavam momentos daquele projeto que rodavam como um filme. Algumas cenas engraçadas, outras nem tanto. Momentos de imensa alegria, outros de intensa raiva. Pausas de reflexão, e minutos de conversa. E comecei a analisar o quanto eu tinha crescido com tudo aquilo. O quanto eu tinha aprendido com aquele grupo. Céus, como eu era sortuda!
     Dia 10 chegou. É claro, ele veio acompanhado de palpitações, dores no estômago, na barriga, no pé... E a minha voz refletia meu nervosismo: não parei de falar por nenhum instante! (o que também não era tão raro assim...) Eu deveria ficar ali, em pé, naquele espaço, por aproximadamente 3 horas. TRÊS HORAS! Sorte minha que tinham pessoas para conversar comigo! Sorte minha que elas aguentaram me ouvir.
     Às 9h em ponto (ou até antes, não me recordo) o pôster já estava lá: pendurado no espaço 75, destinado a nós. Agora era só esperar alguém do comitê de avaliação ir analisá-lo. Era só esperar. E esperar. E esperar.
     Pessoas chegando, pessoas saindo e eu ali: em pé. Não sabia se conversava com a Ana, com a Bárbara, com os meus colegas que estavam presentes; se ria com as maluquices que minha orientadora me contava ou se chorava de dor, porque, francamente, o que deu na minha cabeça de ir de salto para a apresentação de um Projeto que duraria três horas?! Não, nem eu sei responder!
     Mas o tempo passou, e quando se aproximava das doze horas, Luciana (a incansável...) foi procurar alguém para me avaliar. Ou isso, ou eu juro que mais dez minutos sentaria em qualquer cadeira para não levantar mais!
     Naquela ausência, passei a conversar com a líder do nosso grupo, Bárbara. Ficamos um bom tempo nos analisando enquanto grupo; falamos de nossas condutas e de algumas histórias, e no exato momento que nos pegamos rindo, a professora chegou, trazendo-é claro- uma avaliadora.
     A primeira coisa que ouvi foi “Conte-me sobre o seu projeto”... Bárbara estava comigo. Ali, ao meu lado. Comecei a falar tudo o que eu sabia. Tudo o que eu havia estudado. Mas, principalmente, tudo o que eu sentia. E quando me dei conta, não havia mais medo. Havia apenas o prazer de estar ali. A vontade. A garra. Havia apenas o desejo de passar o recado, de fazê-la entender que mais do que “falar sobre um projeto” eu estava ali pra falar sobre minha paixão... Bárbara me ajudou nisso! Falou sobre como o projeto havia feito diferença em sua vida, e de como ele era importante para ela. Emocionei-me.
     Depois foi minha vez. Quando descarreguei tudo o que havia dentro de mim, ora transformado em conhecimento, ora transformado em emoção, ouvi, juntamente com Bárbara, algo referente a “Vocês têm um brilho no olho que é raro de se ver. Isso demonstra paixão pelo que fazem”.
     Choramos. Literalmente, choramos.
     Foi como um choque! Estar ali já era uma grande oportunidade, e ouvir aquelas palavras então... minha nossa! Era a melhor recompensa que qualquer um poderia ter!
     E foi. Foi a melhor recompensa que tivemos. Não por eu acreditar que a apresentação foi um sucesso, mas eu por ter certeza que aquele dia foi apenas o resultado de um sucesso que começou com cada integrante do grupo, com cada pensamento, cada erro, cada acerto. Por sentir que eu, sozinha, não teria feito a mínima diferença. Aliás, nem teria dado conta! Mas foi o grupo.
     A equipe.
     A união.
     Foi isso que fez ser sucesso.
     Foi isso que me fez entender que aquele dia foi e será sempre marcante em minha vida não porque EU estava lá, mas porque, de alguma maneira, todos eles estavam comigo...

Rayssa Santos Moreira

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