
Nesta sequência, os humanos foram assolados por uma gripe símia e quase
levados à extinção. Concomitantemente, César, o líder e que libertou os demais macacos
do cativeiro, guia a todos para a paz, no meio de uma floresta ao redor de São
Francisco, criando uma sociedade relativamente harmoniosa e de aprendizado. Até
que o reencontro com os seres humanos se dá novamente e os conflitos vêem à
tona.
À medida que a história se desenrola, vamos sendo conduzidos em um
momento a pensar como nós, seres humanos, somos maus e que os macacos são capazes
de sentimentos nobres, dos quais somos desprovidos, para em seguida nos
defrontamos com a situação inversa, na qual sentimentos de vingança e inveja criam
forma e força na sociedade dos macacos e podemos encontrar nesse momento, sentimentos
de amizade e solidariedade entre os humanos. Daí nos perguntamos e agora? Quem
são os heróis? Quem são os vilões? Humanos ou macacos? Realmente não dá para
saber, pois tem dos dois nos dois lados.
Na verdade, a conclusão que cheguei com relação ao filme é que podemos ver a humanidade em
nós e no outro, independente da espécie. Nós erramos, o outro também erra. A
gente acerta, o outro também acerta. O que me levou a me questionar: e tudo na vida não depende demais de como
lidamos ou percebemos algo, alguém ou determinada situação?
Extrapolando essa reflexão para os inúmeros conflitos que vem acontecendo
no mundo. Percebo que a nossa tendência (e me incluo nisso) é tomarmos partido
de um lado ou do outro, normalmente daquele que achamos mais fraco e esquecemos
a humanidade do outro lado. Acima de tudo somos todos seres humanos e seguimos
acertando e errando. Seria muito bom se conseguíssemos enxergar isso estabelecendo
um diálogo sincero no sentido da resolução. É tão simples, mas ao mesmo tempo
não é, pois a mesma humanidade que nos “humaniza” e nos faz sermos capazes de
gestos extremos de amor e generosidade, também nos cega!
Não sou ingênua em acreditar que tudo se resolverá de forma rápida e justa, mas também não sou uma pessimista de plantão. Sigo acreditando em nós, sempre!
Luciana Farias
Fonte imagem: http://www.planocritico.com/critica-planeta-dos-macacos-o-confronto/
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