Desde que estava me preparando para o vestibular (há cerca de cinco anos), já ouvia meus professores de geografia falarem da tal agricultura familiar e de como ela poderia representar um importante recurso para a erradicação da fome e da pobreza, uma vez que fossem promovidos devidos aprimoramentos e valorização. Isso porque o problema da fome somado ao crescimento populacional demanda um aumento na produção de alimentos. Entretanto, se esse crescimento estiver principalmente associado à produção agrícola empresarial, a problemática estará longe de ser sanada, já que a renda ficará nas mãos dos grandes empresários e os alimentos continuarão inacessíveis para um enorme número de pessoas que não possuem poder aquisitivo para consumi-los, fazendo persistir o problema do desperdício e da desigualdade.
A produção agrícola familiar corresponde a 70% do abastecimento de alimentos consumidos pelos brasileiros, segundo dados de 2011 do Ministério do Desenvolvimento Nacional e Combate à Fome. Contudo, esse alto índice não vem acompanhado pelo desenvolvimento socioeconômico do meio rural, daí a necessidade de se repensar o investimento no setor. Para uma compreensão mais clara da questão, bem como do conceito de “agricultura familiar” propriamente dito, vale a pena ler o trabalho “A importância da produção na agricultura familiar para a segurança alimentar”, de Alcides Gaboardi Junior, da UFPR, disponível na íntegra em:
Agora, já há quatro anos na Universidade, tendo cursado um ano de Ciências Ambientais e três de Química, muitas vezes voltei a ouvir falar e discutir a respeito da agricultura familiar e também cresceu em mim o interesse na agricultura orgânica, ou seja, aquela com a produção livre de agrotóxicos, gerando alimentos com suas propriedades nutritivas muito mais preservadas e consequentemente muito mais benéficos à nossa saúde e ao meio ambiente.
Desde então, passei a me questionar o que eu poderia fazer para incorporar em meus hábitos o consumo desse tipo de alimento, bem como incentivar a prática da agricultura familiar. O resultado é que, talvez por viver em um centro urbano (Diadema-SP) encontrei muita dificuldade, a ponto de ver o desejo de consumir frutas, verduras, legumes, grãos realmente saudáveis e produzidos de maneira sustentável se tornar quase que um sonho distante. Até que, recentemente, fiquei sabendo por meio da indicação de uma grande amiga sobre as compras coletivas da Organização da Cooperativa de Consumo de Produtos da Agricultura Familiar. Elas funcionam da seguinte maneira: no blog http://consumoconscienteabc.blogspot.com.br/ são feitas as chamadas para as compras coletivas, com destaque aos principais produtos da leva informado pelos agricultores. Então, pode-se se fazer o pedido através do próprio site de, além de hortaliças e frutas, pães, geleias, biscoitos, mel, café, entre outros, todos produzidos de forma sustentável e a preços acessíveis (mais um frete de R$10,00). Os produtos são então transportados aos postos de entrega (em Mauá e Santo André), onde são adquiridos por quem os solicitou.
É muito simples, os preços são bons e os produtos excelentes. Cuidando da saúde e do planeta, com certeza vale a pena!
Nicole Pinotte Rodrigues
Fonte da imagem:
Nenhum comentário:
Postar um comentário