15 de junho de 2014

De Malévola não tem nada!.... E você?

Ontem fui assistir ao filme Malévola (Angelina Jolie), baseado no conto da Bela Adormecida. Gostei do filme, tirando o fato de que acho que a Angelina Jolie já passou da idade de interpretar fadas. Apesar do meu amigo achar que eu estava com dor de cotovelo, pois na opinião dele a “Jolie” é linda sempre e em qualquer papel.

Controvérsias à parte, o filme tem uma bela fotografia, a qual lembra um pouco o filme “Avatar” e um final inesperado, ainda que para alguns, depois de revelado, possa ser considerado clichê.

-Não, não se preocupem, não vou ser a chata inconveniente que vai revelar o final do filme!

Na verdade, o que me levou a escrever um artigo para o blog do Quimicando falando do mesmo, é um fato que tem me chamado à atenção. Hollywood tem procurado deixar mais complexos seus personagens, fugindo da dicotomia maniqueísta - vilão sem um traço de bondade e herói sem um traço de maldade. Acho que ele vem se inspirando em algumas séries, que desde algum tempo vêm adotando esse estilo. Todavia, o maniqueísmo ainda está presente. Neste caso na disputa entre dois mundos, um pacífico reino em uma floresta intocada, do qual Jolie é a fada protetora e o reino vizinho, impactado pela ação gananciosa do homem.

È muito clara a representação de natureza e meio ambiente que está em discussão aqui e vai de um extremo ao outro. O problema desse tipo de representação é que esta reforça para a população em geral a idéia de que não é possível o homem viver de forma harmoniosa com o meio ambiente. Ou temos um ambiente totalmente preservado e esse sim é bom, ou temos um ambiente totalmente degradado pela ação do homem. O filme tenta no seu final, mostrar um início de integração, mas é muito superficial e simplista.

Entretanto, devemos nos perguntar: é possível o ser humano viver de forma integrada e harmoniosa no meio ambiente? Respondo que sim, temos vários exemplos disso, inclusive em textos aqui mesmo do blog que nos evidenciam essa possibilidade. Por outro lado, isso é fácil de ser alcançado? Não, não é! Pois essa questão resvala na problemática do individualismo versus individuação, tema também já tratado aqui no blog.

Para finalizar esse texto, vou parafrasear a mim mesma: “Não dá para esperar uma transformação da nossa sociedade, se os indivíduos que a compõem não dão conta nem do que ocorre dentre deles mesmos. Enquanto ainda confundirmos individualização, a qual se alicerça principalmente no egoísmo, com individuação, que é a busca do aprender a ser, permitindo a expressão de nossas características superiores latentes e de nossas sombras, mas sem as máscaras sociais adotadas de forma corriqueira. Não dá para esperar que as pessoas pensem antes no bem coletivo, fundamental na resolução da problemática ambiental, do que em seus interesses pessoais.”
Mas vamos torcer para que todos tenhamos um pouco da Malévola retratada nessa versão e possamos transformar a nós mesmo em seres humanos melhores!

Luciana Farias

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