9 de novembro de 2016

COMO VOCÊ ESCOLHE SEU ALIMENTO?

O espantoso nalimentoúmero de 1,3 bilhões de toneladas de alimentos desperdiçados é acompanhado de uma escala anual de acordo com um relatório desenvolvido no ano de 2013 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)¹. O alerta se dá  não somente pela imensa quantidade de comida ao que o relatório se refere, mas também às 870 milhões de pessoas que passam fome todos os dias, e que não apenas sentem fome, mas vivem em situações precárias e desumanas¹.

Paralelamente, ocorre a perda e o desperdício de alimento, dinheiro e principalmente de recursos naturais, como por exemplo: a utilização da água, o uso do solo, a mão de obra, o consumo de energia e a emissão de gases provenientes dos diversos processos  atrelados à comercialização. No Brasil, o cenário não se apresenta muito diferente, visto que o país é um dos dez que mais desperdiçam comida em todo o mundo².

A fome é consequência dos padrões atribuídos a tudo que está ao nosso redor, até mesmo aos alimentos. Todos buscam alimentos sem os “machucadinhos” de batidas e em uma dimensão que seja “aceitável”, não muito pequenos e nem muito grandes. Desta  maneira, muitos dos alimentos não chegam nem a serem levados aos olhos dos exigentes consumidores, sendo uma grande quantidade perdida. Há ainda aqueles alimentos que são encaminhados para a comercialização, podendofruta feia ou não serem vendidos, porém,  em ambas as situações acabam estragados, ocorrendo assim o desperdício destes alimentos³.

Algumas alternativas já foram pensadas objetivando diminuir a quantidade de alimentos que são jogados fora, de forma a tornar esta mercadoria acessível para outros consumidores, possibilitando a otimização de frutas “feias”. Este foi o adjetivo dado pelo Projeto  “Fruta Feia”, de iniciativa portuguesa, para as frutas que são consideradas fora dos padrões ideais, mas que mantém seu valor nutricional e qualidade. Esta cooperativa criou um mercado alternativo de frutas e verduras almejando alterar os padrões de consumo,  onde os agricultores conseguem vender estes produtos por um preço reduzido para consumidores conscientes4.

Outra campanha é a “Pensar.Comer.Conservar” da Iniciativa Save Food e parceiros, onde há um portal de dicas e informações direcionados aos consumidores e comerciantes, de pequeno e/ou grande consumo de alimentos, onde há a reunião de ações contra perdas e desperdício³.

Facilmente o despecenourardício alheio é identificado, porém dificilmente reconhecemos os desperdícios que ocorrem próximos a nós, ou até mesmo, aqueles que são causados por nós mesmos. Um exemplo, são as feiras livres, em que em seu encerramento é nítido o descaso com que cada um dos comerciantes tratam os alimentos que estão feios. Os vegetais e frutas que são abandonados nas ruas nem sempre estão impróprios para consumo, porém, tudo é destinado ao lixo.


A coleta destes alimentos poderia ser feita muito antes de seu descarte, já que estes não aferem renda para o comerciante, podendo ser destinado a alimentação seja de comunidades carentes ou até animais. Para os que pensam que esta ideia é inovadora, se enganam, pois felizmente, esta alternativa já foi cogitada por um projeto denominado “Feirante Consciente” da Rede Cultural Beija-Flor que conta com comerciantes conscientes que doam estes alimentos feios para uma comunidade carente, sendo uma alternativa muito próxima à própria UNIFESP (Diadema), porém pouco conhecida5.

Atitudes como o programa “Fruta Feia” e “Feirante Consciente” são muito interessantes, pois são palpáveis, já que consistem de ações; enquanto que um portal de informações auxilia na divulgação da iniciativa. Considerando a situação que estamos hoje, necessitamos de mais atitudes e ações que sejam efetivas, ampliando as alternativas de intervenção e o mercado de “frutas feias” e quebrando os preconceitos que estão envolvidos no consumo, devendo este, ser consciente, visto que compramos mais do que necessitamos, e consumimos menos ainda. Porém, ações como essas devem estar acompanhadas de informação e de educação, que implica na necessidade de conscientização e reeducação alimentar, visando a minimização do desperdício.

Aline Vicentin

¹https://www.fao.org.br/daccatb.asp

²http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2015-04/domingo-editada-fao-quer-reduzir-perdas-de-alimentos-no-brasil

³ http://www.thinkeatsave.org/po/index.php/about/about-the-campaign

4http://www.frutafeia.pt/pt

5http://nutri-acao.blogspot.com.br/

Fonte imagem:

http://www.dicasdesaude.net/emagrecer-com-saude/

http://www.ideiasnamesa.unb.br/index.php?r=post/index&tag=desperd%C3%ADcio

Nenhum comentário:

Postar um comentário