3 de outubro de 2016

Ano Internacional do Entendimento Global


Que a humanidade seja salva de si mesma!” Bruno Ortiz

O ano de 2016 foi escolhido para ser o “Ano Internacional do Entendimento Global”, no qual, ao decorrer do mesmo, será realizado encontros, em quatro continentes, com o objetivo de estimular políticas inovadoras, que respondam aos grandes desafios globais, como as mudanças climáticas, a segurança alimentar, as migrações ou as alterações climáticas.

É sabido que a humanidade foi bem-sucedida em sua evolução, nas questões científicas e tecnológicas, porém no que tange as questões ambientais e sociais, ainda tem muito o que se fazer. Todavia, para se entender um pouco esta questão, é preciso voltarmos um pouco no tempo.

O ser humano, no início da sua trajetória pelo planeta via a natureza como algo místico, a reverenciava e a extração feita dela era geralmente para sua subsistência. Isso foi mudando com o passar dos anos, pois ao aprender as técnicas de agriculturas que agora lhe permitia não ser mais nômade e depois com a chegada da Revolução Industrial, a nossa relação com o meio se transformou e a natureza passou a ser vista por muitos somente como fonte inesgotável de matéria-prima. A exploração desenfreada, o modelo de produção que temos atualmente, a obtenção de um grande acúmulo de riquezas e ser capaz de qualquer coisa para consegui-la, juntamente com a liberação de poluentes em diferentes ecossistemas, tem causado muitos dos problemas ambientais que convivemos atualmente.

Toda esta herança cultural está tão impregnada na sociedade, que muitos não conseguem enxergar a necessidade de se mudar de hábitos, de desenvolver tecnologias mais sustentáveis, buscando uma melhor qualidade de vida para todos os habitantes do Planeta, em conciliação com o meio ambiente. Agregado a isto temos algumas minorias detendo o poder sobre os recursos naturais enquanto a grande maioria assistiu e colaborou com a sua exploração e deterioração. Se não fosse tudo, nossa espécie também não é muito conhecida por ser altruísta e geralmente fazemos as coisas a partir de interesses individuais ou acreditamos ser o certo, pois algo que é inicialmente visto como bom pode vir a não ser realmente bom.

 

Em seu artigo “REFLEXÃO ÉTICA SOBRE A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL”, Roveda e colaboradores trazem um exemplo para esclarecer esse raciocínio.  Por exemplo um lenhador ou uma pessoa que trabalha em uma madeira ilegal que tem que cortar árvores para poder comprar alimentos, roupas e objetos para ele e sua família. Enfim, para sobreviver. Esta pessoa está buscando com o trabalho, uma recompensa para si, o que não é errado e neste caso é visto como bom e certo, porém, com este fato, afeta todos nós. Mas a culpa não é dela, é de todo um sistema predatório e capitalista e da nossa cultura que não mudou. Na verdade, essa pessoa é um dos elos mais frágeis dessa cadeia.

É para refletir sobre essas questões é que vai acontecer os fóruns para o Entendimento Global. Pois acontecem vários fóruns Internacionais de discussões todos os anos a respeito das questões ambientais, porém as vezes podemos até notar uma regressão se compararmos a eventos anteriores. Por exemplo, a conferência de 2002 em Johannesburg que queria nomear como Rio +10, pois era 10 anos após a Rio 92, porém ficou conhecida como a Rio -10, porque houve um retrocesso. Para piorar esta questão, nós temos leis ambientais, tanto nacionais quanto internacionais, muito frouxas, pois um País fica livre para escolher se quer fazer parte desta “conferência” sobre meio ambiente ou não. Podemos citar o caso dos EUA, que não participou, pois é um País muito industrializado, que se tiver que reduzir suas taxas de emissões, a sua economia cairá drasticamente. Outro caso que podemos citar é o da pesca das baleias em águas japonesas, esta é uma cultura do País de muitos anos, mas só que devido o óleo da baleia por muito tempo ser utilizado antigamente, a mesma tem proteção ambiental Mundial, porém se os japoneses quiserem continuar com a caça em seu território, eles podem e a única coisa que pode acontecer é sofrer alguns embargos econômicos.    

Espero que este “Ano Internacional do Entendimento Global” seja o início de uma mudança, leis mais rígidas, aplicadas efetivamente. Eu sei que não existe uma prática única que servirá para todos os países, pois todos têm culturas e cresças diferentes, mas podemos pensar em desenvolvimento sustentável que a partir de características locais e regionais, também contribua globalmente. Que sirva de estímulos para deixarmos de sermos pessoas tão individualistas e possamos desenvolver o nosso lado mais altruísta. Que pensemos e reflitamos, que nossa casa não se limita apenas aos muros do local de onde passamos, parte do dia e que todos os dias voltamos para dormir. Temos que começar a entender que a nossa casa é o nosso Planeta, ele é finito, aqui é onde moramos, temos que cuidar dele para que ele continue a “existir” e que as próximas gerações também possam gozar de toda a beleza que este Planeta ainda possui. Só que para isso temos que mudar agora.  

Alex de Almeida Castro  

Referencias Bibliográficas

ROVEDA,M.; CAMPOS, F. I.; PIETRAFESA, J. P.; PRADO, R.; REFLEXÃO ÉTICA SOBRE A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL. Disponível em: www.catolicadeanapolis.edu.br/revmagistro/wp-content/uploads/2013/05/rEFLEXAO-ETICA.pdf

www.mediotejo.net/ano-internacional-do-entendimento-global-quer-reflexao-sobre-sustentabilidade-do-planeta-cvideo/ Acessado em: 25/09/2016.

WHAT IS INTERNATIONAL EVIROMENTAL LAW?. Understanding Global Change: Earth Science and Human Impacts. Global Change Instruction Program; p. 3 – p. 6.

Fonte Imagem


http://brunortiz.blogspot.com.br/

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