“Que a humanidade seja salva de si mesma!” Bruno Ortiz
O
ano de 2016 foi escolhido para ser o “Ano Internacional do Entendimento
Global”, no qual, ao decorrer do mesmo, será realizado encontros, em quatro continentes,
com o objetivo de estimular políticas inovadoras, que respondam aos grandes
desafios globais, como as mudanças climáticas, a segurança alimentar, as
migrações ou as alterações climáticas.
É
sabido que a humanidade foi bem-sucedida em sua evolução, nas questões
científicas e tecnológicas, porém no que tange as questões ambientais e
sociais, ainda tem muito o que se fazer. Todavia, para se entender um pouco
esta questão, é preciso voltarmos um pouco no tempo.
O
ser humano, no início da sua trajetória pelo planeta via a natureza como algo
místico, a reverenciava e a extração feita dela era geralmente para sua
subsistência. Isso foi mudando com o passar dos anos, pois ao aprender as
técnicas de agriculturas que agora lhe permitia não ser mais nômade e depois
com a chegada da Revolução Industrial, a nossa relação com o meio se
transformou e a natureza passou a ser vista por muitos somente como fonte inesgotável
de matéria-prima. A exploração desenfreada, o modelo de produção que temos
atualmente, a obtenção de um grande acúmulo de riquezas e ser capaz de qualquer
coisa para consegui-la, juntamente com a liberação de poluentes em diferentes
ecossistemas, tem causado muitos dos problemas ambientais que convivemos
atualmente.
Toda
esta herança cultural está tão impregnada na sociedade, que muitos não
conseguem enxergar a necessidade de se mudar de hábitos, de desenvolver
tecnologias mais sustentáveis, buscando uma melhor qualidade de vida para todos
os habitantes do Planeta, em conciliação com o meio ambiente. Agregado a isto
temos algumas minorias detendo o poder sobre os recursos naturais enquanto a
grande maioria assistiu e colaborou com a sua exploração e deterioração. Se não
fosse tudo, nossa espécie também não é muito conhecida por ser altruísta e
geralmente fazemos as coisas a partir de interesses individuais ou acreditamos
ser o certo, pois algo que é inicialmente visto como bom pode vir a não ser
realmente bom.
Em
seu artigo “REFLEXÃO ÉTICA SOBRE A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL”, Roveda e
colaboradores trazem um exemplo para esclarecer esse raciocínio. Por exemplo um lenhador ou uma pessoa que
trabalha em uma madeira ilegal que tem que cortar árvores para poder comprar
alimentos, roupas e objetos para ele e sua família. Enfim, para sobreviver.
Esta pessoa está buscando com o trabalho, uma recompensa para si, o que não é
errado e neste caso é visto como bom e certo, porém, com este fato, afeta todos
nós. Mas a culpa não é dela, é de todo um sistema predatório e capitalista e da
nossa cultura que não mudou. Na verdade, essa pessoa é um dos elos mais frágeis
dessa cadeia.
É
para refletir sobre essas questões é que vai acontecer os fóruns para o
Entendimento Global. Pois acontecem vários fóruns Internacionais de discussões
todos os anos a respeito das questões ambientais, porém as vezes podemos até
notar uma regressão se compararmos a eventos anteriores. Por exemplo, a
conferência de 2002 em Johannesburg que queria nomear como Rio +10, pois era 10
anos após a Rio 92, porém ficou conhecida como a Rio -10, porque houve um
retrocesso. Para piorar esta questão, nós temos leis ambientais, tanto
nacionais quanto internacionais, muito frouxas, pois um País fica livre para
escolher se quer fazer parte desta “conferência” sobre meio ambiente ou não.
Podemos citar o caso dos EUA, que não participou, pois é um País muito
industrializado, que se tiver que reduzir suas taxas de emissões, a sua
economia cairá drasticamente. Outro caso que podemos citar é o da pesca das
baleias em águas japonesas, esta é uma cultura do País de muitos anos, mas só
que devido o óleo da baleia por muito tempo ser utilizado antigamente, a mesma
tem proteção ambiental Mundial, porém se os japoneses quiserem continuar com a
caça em seu território, eles podem e a única coisa que pode acontecer é sofrer
alguns embargos econômicos.
Espero
que este “Ano Internacional do Entendimento Global” seja o início de uma
mudança, leis mais rígidas, aplicadas efetivamente. Eu sei que não existe uma
prática única que servirá para todos os países, pois todos têm culturas e
cresças diferentes, mas podemos pensar em desenvolvimento sustentável que a
partir de características locais e regionais, também contribua globalmente. Que
sirva de estímulos para deixarmos de sermos pessoas tão individualistas e
possamos desenvolver o nosso lado mais altruísta. Que pensemos e reflitamos,
que nossa casa não se limita apenas aos muros do local de onde passamos, parte
do dia e que todos os dias voltamos para dormir. Temos que começar a entender
que a nossa casa é o nosso Planeta, ele é finito, aqui é onde moramos, temos
que cuidar dele para que ele continue a “existir” e que as próximas gerações
também possam gozar de toda a beleza que este Planeta ainda possui. Só que para
isso temos que mudar agora.
Alex
de Almeida Castro
Referencias Bibliográficas
ROVEDA,M.;
CAMPOS, F. I.; PIETRAFESA, J. P.; PRADO, R.; REFLEXÃO ÉTICA SOBRE A
PROBLEMÁTICA AMBIENTAL. Disponível em: www.catolicadeanapolis.edu.br/revmagistro/wp-content/uploads/2013/05/rEFLEXAO-ETICA.pdf
www.mediotejo.net/ano-internacional-do-entendimento-global-quer-reflexao-sobre-sustentabilidade-do-planeta-cvideo/
Acessado em: 25/09/2016.
WHAT
IS INTERNATIONAL EVIROMENTAL LAW?. Understanding Global Change: Earth Science
and Human Impacts. Global Change Instruction Program; p. 3 – p. 6.
Fonte Imagem
http://brunortiz.blogspot.com.br/
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