16 de outubro de 2016

O pensamento filosófico e sua importância na questão ambiental




Tomei contato com a filosofia durante o ensino médio, matéria que muito me agradava, mas nem tanto aos meus colegas. Durante esse período pude compreender um pouco de sua base, considerando-a o estudo do conhecimento, existência, verdade, valores morais e éticos, linguagem e inúmeros outros pontos. E a partir disso mergulhei em um mundo de correntes filosóficas e filósofos que já existiram e existem.
Com o tempo percebi que a filosofia estava ainda mais perto de mim do que somente por meio das palavras que eu lia nos livros, haja vista que compreendi que podemos encontrá-la nas nossas ações, na nossa linha de pensamento, no comportamento de pessoas que conhecemos, nas formas de como as instituições lidam com a burocracia e vários outros casos.
Sei que isso ainda pode parecer muito abstrato, por isso comecei a relacionar corrente filosóficas com casos reais que permeiam a temática ambiental a qual tanto me interessa e por vezes também se torna tão distante da consciência humana quanto à própria filosofia. Citarei dois casos que podem ser interpretados conforme esta proposta.
Aristóteles considerava o ser humano como parte integrada da natureza, e que qualquer coisa pertencente à natureza deve realizar seu potencial, fato que no caso dos seres humanos iria depender da tomada de decisões corretas, baseando-se na moderação e equilíbrio. Conforme nosso modelo atual de sociedade, se ver pertencente à natureza é muito difícil, muitas vezes somos levados a apenas explorá-la como um recurso a qual nos pertence ou mantê-la distante, como um ambiente do qual não podemos nos incluir sem destruir, e certamente esse distanciamento independente de por qual maneira está diminuindo nossa qualidade de vida, sendo assim talvez adotando uma postura consciente e equilibrada da qual Aristóteles fala, possamos ser capazes de retomar nosso potencial de forma integrada ao meio.
Espinosa não abordou diretamente sobre a temática, mas realizou críticas importantes a um novo período de conhecimento que visava o domínio da natureza em benefício do homem, um combate ao antropocentrismo que deixou claras constatações sobre um avanço tecnológico apoiado por uma lógica capitalista, que gerou nosso conhecido sistema de degradação ambiental. Este autor também aborda inúmeros comportamentos humanos, incluindo a felicidade e desejo, que conforme sua demonstração pode ser facilmente conectada a questão do consumismo, na qual somos diariamente expostos a uma inúmera quantidade de produtos que às vezes não precisamos, mas desejamos porque de alguma forma a ele foi atrelado o sentido de felicidade, porém felicidade que se esvai a cada nova vontade de consumir.
Esses foram apenas dois casos, mas essa relação pode ser feita com base em inúmeras outras perspectivas ou constatações, e aí está a parte fundamental da filosofia, o pensamento, mas fundamentalmente tratando-se de um pensamento bem embasado, na qual possam ser construídas pontes e trilhas bem claras de raciocínio. A filosofia está nas pessoas e no meio ambiente, sendo assim podem se complementar e com isso desejo que ambos ganhem maior respeito e reconhecimento.
A filosofia estimula o pensamento crítico e a reflexão, características fundamentais em tomadas de decisões, previsões e expectativas sobre o futuro, conhecer e compreender é o inicio de qualquer desenvolvimento lógico, emocional, tecnológico e ambiental. 
 Anna Karolina Osório Pimentel

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 Referencia:

Pensar o Ambiente: bases filosóficas para a Educação Ambiental. / Organização: Isabel Cristina Moura de Carvalho, Mauro Grün e Rachel Trajber. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, UNESCO, 2006.

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