Esses dias me peguei pensando na capa de
invisibilidade da série “Harry Potter”. Para quem não conhece, esta capa é uma
das lendárias Relíquias da Morte da família de bruxos Peverell, mais
precisamente de Ignoto Peverell. Ele e seus dois outros irmãos desafiaram a
Morte e ganharam prêmios por isso, mas Ignoto, desconfiando das intenções da
mesma, escolheu um prêmio que lhe permitisse continuar vivendo, invisível aos
olhos dela, ou seja, a capa da própria Morte.
Fiquei
imaginado se pudéssemos ter uma relíquia assim, nos tornando invisíveis quando
interessante, visíveis quando necessário. Mas infelizmente na vida real a Capa
da Invisibilidade não é uma relíquia, a ponto de não ter receio em afirmar que
passamos por uma delas todos os dias e também não tem a mesma finalidade da
ficção.
Bom, se na
vida real não podemos afirmar que ela é uma relíquia, por outro lado, podemos
ter certeza que elas funcionam, só que não exatamente da mesma forma que no
filme. Funciona assim, ao vestirmos uma delas (querendo ou não, pois na vida
real normalmente nos forçam a vesti-las), nos tornamos invisíveis para uma
parte ou toda sociedade. O que é tragicômico na minha opinião, é que em muitos
casos, as pessoas que vestem essas capas nos prestam serviços fundamentais, mas
os quais são tão invisíveis quanto a pessoa que está invisível. Incrível não é
mesmo?!!! Por outro lado, tem outros casos, nos quais preferimos que aqueles
que estão invisíveis continuem assim, pois são um problema para nós. Todavia,
independentemente se esse “invisível” é útil ou não à sociedade, só tem dois
jeitos de reverter essa invisibilidade. O primeiro jeito é utilizando os óculos
3D da Consciência Socioambiental para quem não é "invisível" e quer enxergar
alguém que está invisível na sociedade. O problema é que não é assim tão fácil
adquirir esses óculos, precisamos nos empenhar em sua busca, mas muitos de
nós,“os visíveis”, desistimos no meio do caminho. E o outro jeito é por meio de
políticas públicas eficazes, as quais devem atingir as diferentes categorias de
“invisíveis”.
Porém, na
minha humilde opinião, a solução ideal deve acontecer por meio de uma
combinação dos dois jeitos, até porque quem faz as políticas públicas
normalmente são os “visíveis” que já estão usando os óculos 3D. Ou pelos menos deveriam estar utilizando.
Infelizmente ainda são poucos “os invisíveis” que já retiraram a capa e passaram a ajudar os demais. Estes por suas vez, normalmente não precisam dos óculos, a não ser que seja para enxergar outra categoria de "invisíveis" para os quais os seus olhos ainda não estão adaptados.
Luciana Farias
Imagens:
https://www.google.com.br/search?q=capa+de+invisibilidade+do+harry+potter+peverell&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=7bFjU62gKfPLsQT6jYCQDg&ved=0CC4QsAQ&biw=1366&bih=624
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