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14 de novembro de 2016

A Geração da Autossabotagem


Há momentos na vida em que tudo está indo mal, na área financeira, familiar, amorosa, social, etc... E as explicações na tentativa de não assumir a culpa é que o universo está indo contra você, seu inferno astral está chegando, mercúrio está retrógado e tudo mais que inventamos para não assumirmos a responsabilidade por nossos atos. Um exemplo que é muito comum, ocorre durante a graduação, quando temos um mês para entregarmos um relatório e só começamos a fazer uma semana antes da data final e a consequência muitas vezes é um trabalho mal feito, privação do sono, atraso de outros trabalhos e nota baixa que muitas vezes são contestados por termos nos “esforçado muito”, mas quando, na verdade, muitas vezes o esforço foi focado em procurar o novo episódio da nossa série favorita.

A minha geração, por essas e outras características, algumas positivas, outras negativas, somos conhecidos dentro da área de Ciências Sociais, como sendo a Geração Z,  a qual é a geração das pessoas que nasceram a partir da década de 1990 e que tem por característica marcante a “zapeação”. Daí o Z. Ou seja, é a geração que muda de um canal para outro na televisão. Vai da internet para o telefone, do telefone para o vídeo e retorna novamente à internet. E também muda de uma visão de mundo para outra, rapidamente, segundo alguns pesquisadores.
É claro que muitas das características apontadas como sendo da Geração Z são inerentes da condição humana, todavia parece que atualmente um expressivo número de jovens ou jovens adultos saem da faculdade sem senso de responsabilidade, sem a criticidade que deveria ser formada, pois seus esforços estavam concentrados em realizar as atividades com o menor esforço possível, pois se cansam facilmente do que estavam fazendo anteriormente.  Porém, muitas das oportunidades que nos são oferecidas na faculdade e na vida, são muitas vezes desperdiçadas quando decidimos adiar prazos, deixar os outros decidirem por nós, deixar a maioria decidir (pois a desculpa é: vivemos numa democracia) e principalmente deixarmos de ouvir e sermos ouvidos. Somos a geração da superficialidade e acabamos nos autossabotando por isso.

Todavia, todos os dias temos oportunidades para sermos pessoas melhores e felizmente em muitas escolas e faculdades temos oportunidades para sermos ouvidos e mesmo assim ainda há pessoas acomodadas com todo o tipo de situação a que somos submetidos, pois o importante para alguns é ter suas necessidades fisiológicas, de segurança e sociais mantidas e o pensamento de que tudo está seguro e ficar no conhecido é a melhor opção. Isso é ilusão e como seres humanos vivendo um período conturbado da humanidade com relação às questões socioambientais, precisamos ir além de Maslow e das suas necessidades básicas.

Devemos lembrar que não somos ilhas, vivendo no nosso próprio mundo (ou nossa própria bolha) e reinando sobre nossas próprias regras. Existem também “os inconvenientes da vida” e somos forçados a sair da nossa zona de conforto. Mas será que precisamos esperar a vida nos forçar para sairmos da nossa inercia? Quando será o momento para fazermos alguma coisa? Quando ultrapassaremos somente a necessidade de atender somente as questões fisiológicas ou instintivas? Continuaremos esperando um milagre ou condições astrológicas favoráveis para agirmos?
Por fim, que mensagem queremos deixar para as próximas gerações? Que fomos a geração com inúmeras oportunidades para mudar o futuro e ficamos acomodados em nosso sofá, controlados pela mídia, vendo coisas inúteis e passando o exemplo de que culpar o outro é mais fácil que assumir a responsabilidade, quando a vida somente nos devolve aquilo que nós próprios cultivamos.

Essa é a proposta da Educação Ambiental Transpessoal, a qual propõe que devemos nos autoconhecer para que o sentido de alteridade e empatia se desenvolva em nós, de forma a pararmos de culpar os outros pelas nossas frustações.
Gisele Silva

Referências Bibliográficas
https://www.significados.com.br/geracao-y/

http://www.portal-administracao.com/2014/09/maslow-e-hierarquia-das-necessidades.html

Farias, L.A. Educação Ambiental Transpessoal. Editora CRV, 2016.

Fonte Imagens:
h4ps://pensador.uol.com.br/frase/MTkzMzc/

http://infortask.com/blog/para-inspirar-culpar-os-outros-nao-e-a-solucao/

http://psicoativo.com/2016/05/piramide-das-necessidades-de-maslow-atualizada-humor.html

26 de junho de 2016

Desapega, desapega...




Desde crianças, somos ensinados que devemos dar valor a tudo que temos, principalmente se for um presente de alguém especial, nos fazendo assim, desenvolvermos afeto por tais objetos. Também é interessante como levamos muitos valores aprendidos na infância para a vida adulta, sendo o zelo por esses objetos um exemplo disso. Muitas vezes nossos pais também tem o apego sentimental pelas roupas ou objetos de quando éramos crianças e nos influenciam a continuar com o sentimento pelos objetos que não tem mais utilidade para nós. Quase todos nós já tivemos coisas antigas e que tínhamos certeza que não usaríamos nunca mais, mas mesmo assim sempre que olhávamos, pensávamos: “quando eu emagrecer x kg...” “quando eu comprar aquela blusa que combina...” “quando eu for naquele evento...” “eu ganhei daquela amiga especial”. Mas na verdade sempre tinha aquela voz de fundo perguntando: “Será que vai mesmo?”. Mas normalmente preferimos ignorar. Até achamos absurdo e impossível aqueles programas de acumuladores, claro que no caso deles é uma questão psicológica, mas, mesmo que em outro nível ou escala, também temos tendências a acumularmos coisas sem utilidade em casa.

Por outro lado, podemos nos perguntar: “mas o que vou fazer com minhas roupas?”

Você pode doar ou desapegar em grupos de brechó podendo trocar por algo que alguém também queria desapegar ou ganhar alguns trocados vendendo por um preço menor, que mesmo não sendo uma grande quantia pode nos incentivar a praticar o desapego.
Todavia, apesar de praticar o desapego ser importante, isso não significa que não devemos valorizar o que conseguimos, pois, em muitos casos, foi obtido por meio de muito esforço. Mas, sim, que devemos refletir se devemos mesmo guardar aquelas coisas que não precisamos, como por exemplo, aquela calça de “10kg” atrás, uma bolsa velha meio descascada ou aquela uma blusa de frio que para nós está fora da moda. Assim, há movimentos que nos incentivam o desapego sentimental, como por exemplo, pegar um bolsa antiga e colocar produtos de higiene e entregar pra alguma moradora de rua e também o projeto Meias do Bem da ONG Anjos da Noite, que transformam meias velhas em cobertores para moradores de rua e que não importa se a meia não tem par ou se tem um furinho, o importante mesmo é ajuda-los e nos ajudar a não sermos acumuladores compulsivos.

Gisele Silva

Fonte de imagem: http://organizzeconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2014/03/acumuladores-2.jpg

6 de março de 2016

“Casas sustentáveis? Eis a questão....”

Em tempos de crise econômica a palavra mais usada é reduzir gastos. E isso fica pior quando a crise chega quando você estava planejando comprar uma casa, não é mesmo? E nessa situação muitas pessoas preferem adiar os planos do que gastar menos comprando uma casa mais simples e consequentemente abandonando os luxos que teriam.
Faço essa reflexão inicial, pois desde criança sempre sonhei em morar em uma casa inteligente, estilo Os Jetsons. Mas pra mim isso era coisa de desenho animado e só iria acontecer quando eu fosse idosa ou nem veria uma casa inteligente. Mas, um dia vendo televisão vi uma chamada do programa da Globo e me interessei, parando para assistir. Era sobre uma casa inteligente. Achei a ideia sensacional, principalmente quando o filho do dono da casa disse que foi ele que deu a ideia inicial de construir a casa.
Durante o programa, focaram em energia e água, bem como todos os mecanismos usados na casa para que essa economia acontecesse. Acredito que não devo ter sido a única espectadora que ficou maravilhada. Assim que acabou o programa fui pesquisar melhor sobre essa casa. Acabei descobrindo que é uma casa modelo, ou seja, apesar dos benefícios, 90% do projeto era somente marketing. Além dos custos de planejar e construir uma casa diferente do modelo “convencional”, depois de pronta ainda tinha os custos com equipamentos necessários para o funcionamento da casa.
Fiquei decepcionada e refleti: será que para ter uma casa sustentável, que cause pouco impacto ambiental, ela tem que ser construída do zero? Mais um pouco de pesquisa e descobri outra casa, de aparência humilde, mas com seus 100m²  lembrando muito uma casa de avó, com forno a lenha, arcos no meio da sala e tijolinhos vermelhos que estão na moda de decoração rústica e que se fossem colocados na sala de uma cobertura no bairro dos jardins valeriam uma fortuna. Essa casa mais humilde me chamou mais atenção que a casa inteligente, pois era quase uma cidade. Tinha uma mini-horta, produzia a própria energia usando o velho aquecimento à lenha e um toque da modernidade usando painel solar. Até o sistema de esgoto da casa dava vida às plantas de brejo.
Essa casa também tinha seu apelo ecológico, então refleti: porque engenharia não poderia estabelecer uma parceria com a arquitetura sustentável? É possível unir as duas concepções de projetos e, isso ocorre, principalmente em países desenvolvidos. Mas a imagem de casa ideal, dos sonhos, de princesa que nos é vendida desde criança não é uma casa humilde, que possa ser reformada, mas sim com uma visão de luxo, móveis contemporâneos e de artes abstratas nas paredes.
Todavia, o modelo de casa sustentável que nos é vendido não é viável à maioria da população, mas somente para poucos que podem pagar por esses projetos de casas milionárias. Constituindo-se atualmente o que muitos chamam de novo parâmetro de distinção social.
É preciso também investir em Educação Ambiental, pois a maioria população ainda não tem acesso à informações que poderiam favorece-la, haja vista o exemplo da energia eólica e energia solar. Muitos ainda não têm a consciência de que hoje essas fontes de energia são mais acessíveis (uma placa solar custa em torno de R$800) e do benefício que esse investimento pode trazer. Fica aí a reflexão que fiz e a sugestão de como seria importante no futuro constatarmos que uma casa pequena, da periferia da selva de pedra, também tivesse acesso à construções mais inteligentes ou sustentáveis.
Por fim, deixo o endereço eletrônico que dão acesso aos vídeos das duas casas maravilhosas, que se tivessem seus projetos unidos seriam ainda melhores.

Gisele Silva
Fonte vídeos:
Casa inteligente (Smart Eco House) : http://globoplay.globo.com/v/4478743/
Casa sustentável:http://portal.aprendiz.uol.com.br/2015/03/20/arquiteto-transforma-seu-lar-em-uma-casa-sustentavel/ 

Fonte imagem:
http://www.leiaja.com/tecnologia/2013/11/11/quase-todo-o-impossivel-em-os-jetsons-ja-tem-versao-real/