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8 de março de 2017

A Mulher e a Terra

A relação entre a mulher e a natureza aparece diversas vezes ao longo da história da humanidade, como por exemplo, na mitologia grega, onde Gaia – ou “Mãe Terra” – criou o universo sozinha, com o mesmo poder de prover vida que a mulher biologicamente possui.

A partir dessa ligação, a figura feminina passou a ser associada a tudo aquilo que a maternidade trás: compaixão, intuição, afeto e cuidado. Dessa maneira, foi atribuído à mulher a função dos cuidados do lar e da terra, enquanto o homem – forte e com características mais agressivas e combativas – era responsável pela caça e pesca. Alguns filósofos adeptos à ecologia profunda afirmam que se os homens fossem mais próximos às tarefas domésticas teriam uma percepção real da interdependência da espécie humana com o meio ambiente, diminuindo assim os impactos socioambientais causados pela espécie humana.
Assim fomos construindo nossa história e, ao longo dos séculos, foram ocorrendo mudanças significativas nos estilos de vida dos indivíduos e grupos sociais, sendo que o século XX trouxe transformações sociais que promoveram rupturas reais e simbólicas em todos nós.

Nessa trajetória, as mulheres foram tomando vários papéis e identidades. Segundo alguns pensadores os diversos caminhos que a identidade da mulher tem percorrido através da história e que têm determinado seus contornos culturais específicos não são casuais, mas respondem às determinações de um sistema social que os cria, recria e dá forma na vida cotidiana”.
Nesse sentido, o capitalismo e o patriarcado são intimamente relacionados: as alterações das relações de produções trazem por consequência alterações nas relações sociais, sendo as mulheres expulsas da economia uma vez que apenas os homens eram considerados para os trabalhos nas fábricas. Com o passar dos anos, a mulher foi conquistando seus direitos e espaço, mas ainda hoje os cargos de tomadas de decisão são excludentes em relação ao gênero e raça.

Dentro dessa perspectiva, gostaria aqui de destacar o papel das mulheres camponesas e
trabalhadoras rurais. Estas reivindicam o direito à terra, se opondo ao agronegócio com sua monocultura, denunciando os malefícios tanto à saúde quanto ao meio ambiente desse método de plantio que visa somente maximizar o lucro.
Isso representa um protagonismo feminino fundamental, remetendo ao que alguns chamam de Ecofeminismo.

O Ecofeminismo, movimento que alia Ecologia ao Feminismo proposto inicialmente em 1978 na França, aponta que o sistema patriarcal é a origem da catástrofe socioambiental atual, sendo tanto a mulher quanto a natureza vistas como submissas ao homem para serem exploradas. Uma sociedade autossuficiente, descentralizada e auto-organizada que se oponha aos valores capitalistas e ao conceito de desenvolvimento puramente econômico é a principal proposta desse movimento.
Dessa forma, a emancipação das mulheres e a solução a crise socioambiental dependem de uma mudança na estrutura e organização da sociedade, lutando individualmente ou em conjunto aos movimentos sociais contra o seu opressor comum: o capitalismo patriarcal.

Sheyla Pulido
Referencias
MURARO, R.M. A mulher no terceiro milênio: uma história da mulher através dos tempos e suas perspectivas para o futuro. Rio de Janeiro, Rosa dos Tempos, 1992. 205 p.

 Fonte imagens
facebook.com/MovimentoSemTerra. Autor desconhecido.
Pinterest. Autor desconhecido.

24 de fevereiro de 2017

Cerro Rico e seus Problemas Socioambientais


Recentemente, tive a oportunidade de ir a Potosí, uma cidade histórica da Bolívia, com arquitetura colonial, muito conhecida devido a Casa Nacional de La Moneda, além, também pela mineração que ocorria na época em que o país era província espanhola, período no qual a montanha de Cerro Rico era explorada em busca de metais preciosos, principalmente a prata.


Os guias de Potosí falam que há duas pontes que unem a Bolívia à Espanha: uma ponte que leva até a Europa toda feita de riquezas que foram extraídas por anos, e, outra que retorna ao país andino feita por ossos dos escravos indígenas que trabalharam neste período. Conhecer e realizar o passeio guiado em Cerro Rico foi uma mistura de emoções. Era o passado e o presente em nossa frente, uma altitude de 4.800 metros acima do nível do mar e paisagem respeitável beleza, mas tristemente permeada de pobreza ao redor da montanha, juntamente com jovens mineradores, crenças e uma cultura que se mantém viva.

O que me chamou atenção foi o fato que a mineração ainda permanece forte na região, além das condições precárias de trabalho que os mineradores se submetem em busca da própria sobrevivência. E quando falo isso, não estou me referindo à falta de equipamentos, pois estes são usados e também devem ser usados na visitação, mas me refiro à alta jornada de trabalho em busca de metais, uso de bebidas alcoólicas, falta de oxigênio, a quantidade excessiva de mineradores, o fato
destes respirarem gases como o enxofre e a crença local de que ao tomar álcool com 95% de pureza auxiliará o mineiro a encontrar pedras mais puras. Aqueles homens ainda necessitam da montanha para sobreviver, arriscam suas vidas e ainda, para agravar a situação, como Cerro Rico possui muitos túneis subterrâneos, o governo boliviano busca soluções para estabilizar o interior da montanha, realizando obras para evitar que a mesma afunde.

Por outro lado, nessa região, ainda permanece forte a reverência ao sagrado, El Tío, por exemplo. Este é o deus das minas, o qual protege os mineradores, que oferecem sacrifícios como folhas de coca, cigarros e equipamentos de segurança, como um capacete e botas. Este deus está presente em todas as minas, anualmente há festas para ele, sempre é agraciado pelos mineradores. Isso lembrou-me uma reflexão de Jung, em seu livro “O Homem e Seus Símbolos” no qual reflete como nossa mente traz ainda os registros da nossa longa evolução histórica como seres biológicos, mas também com uma psique que veio evoluindo e que traz em seu inconsciente símbolos arquetípicos que se materializam em nossos sonhos e comportamentos, estes, muitas vezes praticados de forma inconsciente. Mas que por outro lado, no caso dos trabalhadores de Cerro Rico, são esses mesmos elementos psíquicos é que dão esperança e alento para suportar os perigos do cotidiano difícil.
 Tudo isso me fez questionar sobre a complexidade que é se trabalhar com a problemática socioambiental!

 
Há uma necessidade real de se alterar a economia local, haja vista que não há outro tipo de obtenção de renda na cidade. Mas como fazer isso? Talvez aproveitando, em projetos de Educação Ambiental, essas mesmas características que alguns de nós poderia considerar místicas, fruto da ignorância, mas que segundo Jung, nos garantiriam uma “identificação emocional inconsciente” com os fenômenos naturais e que forneceriam uma profunda energia emocional que esta conexão simbólica pode nos dar. Mas que fomos perdendo à medida que foi aumentando o nosso conhecimento científico.

 
Enfim, depois de refletir muito sobre essa experiência, a qual fiquei muito grata pela oportunidade de poder vivenciar, continuo a pensar, conhecer e respeitar ainda mais a cultura andina, dos bolivianos que tanto lutam em busca de melhores condições. E com a certeza de que devemos promover transformações socioambientais necessárias sempre a partir do respeito às crenças e valores do outro. E por outro lado, sinto-me segura em saber que a graduação e depois o mestrado no Programa Análise Ambiental Integrada me instrumentalizaram no sentido de me tornar potencial catalisadora de transformações socioambientais, sempre respeitando a diversidade e trajetória do outro.

 
Por fim, despeço-me do blog (como colaboradora textual) com este texto e agradeço pela oportunidade de contribuir neste espaço.
Rafaella Ayllón
Referência Bibliográfica
The Guardian - Natural resources and development. 'Bolivia's Cerro Rico mines killed my husband. Now they want my son'. Disponível em https://www.theguardian.com/global-development/2014/jun/24/bolivia-cerro-rico-mine-mountain-collapse-miners.
JUNG, Carl G. O Homem e Seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

 

12 de fevereiro de 2017

Política Norte Americana e o Retrocesso de um Governo com Relação às Políticas Socioambientais


Política e aquecimento global, dois temais que atualmente vemos constantemente na mídia, sendo que muitas vezes tem relação direta com o momento de instabilidade que vivemos no Brasil, mas também com o momento de troca de gestão nos EUA, com a controversa eleição de Donald Trump, a qual, segundo alguns estudiosos,  ameaça as contínuas batalhas contra o aquecimento global que o mundo vem travando há anos.
Politicamente tem-se noticiado que a eleição de Donald Trump foi ilegal e que a Rússia utilizou de manobras cibernéticas para fraudar as eleições. O FBI já confirmou que realmente houve fraude, mas o que ninguém sabe até agora é se essa fraude mudaria o resultado atual.

Por outro lado um governo que se inicia por meio de corrupção e fraude, dificilmente teria como prioridade a relação social, ambiental e humana em seu governo. Entretanto, esse texto não se trata de uma discussão de fraude e corrupção, mas sim como um dos governos mais poderosos pode influenciar em decisões tão importantes, como por exemplo, romper um acordo defendido por muitos países e inclusive pelo antigo governo norte americano, como é o acordo de Paris sobre o aquecimento global. Além do fato que é sabido que os Estados Unidos é um dos países que mais emite gases poluentes, cerca de 25% do total expelido no mundo, mas apesar disso, é também, um dos países mais reticentes com relação ao tema. E com a eleição do novo presidente, há previsões de que essa questão pode se agravar ainda mais. Haja vista que Trump afirma, mesmo com pesquisas científicas comprovando o aquecimento global, que isso não existe e que por isso o acordo não será mantido em seu governo.
‘’Quatro dias antes da vitória de Trump na terça-feira (8), o Acordo de Paris de 2015 entrou em vigor, com o apoio de governos que vão da China a pequenos Estados. Trump classificou o aquecimento global de farsa e prometeu romper com o Acordo de Paris, que foi defendido enfaticamente pelo atual presidente norte-americano, Barack Obama’’(G1,2016).

 O aquecimento global de uma maneira simples e geral é o aumento da temperatura no mundo, causado pelo acúmulo, em grande quantidade, de gases poluentes na atmosfera, acarretando uma maior retenção da irradiação do calor solar da superfície da Terra. Em um contexto científico o aquecimento global seria:
‘’aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão, ou seja, um aumento da temperatura média superficial global, provocado por fatores internos e/ou externos. Fatores internos são complexos e estão associados a sistemas climáticos caóticos não lineares, isto é, inconstantes, devido a variáveis como a atividade solar, a composição físico-química atmosférica, o tectonismo e o vulcanismo. Fatores externos são antropogênicos e relacionados a emissões de gases-estufa por queima de combustíveis fósseis, principalmente carvão e derivados de petróleo, indústrias, refinarias, motores, queimadas etc. ‘’(Silva & de Paula, 2009).

Cientificamente provou-se que este acúmulo está relacionado também às grandes industrias poluidoras e sendo os EUA um dos maiores países com industrias poluidoras do mundo a retirada de seu governo do acordo de Paris 2015, que veio em substituição ao Protocolo de Kyoto, é preocupante e ameaça os esforços de todas as outras nações em prol da diminuição do aquecimento global.
Assim, uma das maiores nações e mais influentes torna-se agora um grande obstáculo na luta contra o aquecimento global e a preservação/conservação ambiental não só em seu território, mas influenciando nações a seguir seus passos e assim dificultar a luta de anos que a comunidade científica e vários países vinham desenvolvendo em prol do meio ambiente e diminuição da emissão de gases do efeito estufa no planeta.

Pamella Almeida
Referencias:
Donald Trump procura via rápida para romper acordo climático de Paris disponivel em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2016/11/donald-trump-procura-rapida-para-romper-acordo-climatico-de-paris.html Acessado em 9 de fevereiro de 2017

Silva C.W.R & de Paula B.,L. Causa do aquecimento global: antropogênica versus natural*,2009.
Quais são os países que mais emitem gases do efeito estufa?. Disponivel em <http://www.aquecimento.cnpm.embrapa.br/conteudo/historico_aq_paises.htm> Acessado em 8 de fevereiro de 2017

Molion B.C.L , AQUECIMENTO GLOBAL: NATURAL OU ANTRÓPOGÊNICO?. ,Maceio,AL,2009.

Fonte Imagem:
http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/277315/Trump-e-o-aquecimento-global-Ag%C3%AAncia-para-o-Meio-Ambiente-foi-amorda%C3%A7ada.htm

5 de dezembro de 2016

Ache o erro: “catador de lixo”!

A preocupação com os resíduos vem sendo discutida há algumas décadas nas esferas nacionais e internacionais, devido ao aumento da sensibilização coletiva com relação ao meio ambiente. Dentro dessa perspectiva, a partir de agosto de 2010, segundo a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) baseado no conceito de responsabilidade compartilhada, a sociedade como um todo – cidadãos, governos, setor privado e sociedade civil organizada – passou a ser responsável pela gestão ambientalmente adequada dos resíduos sólidos.  O cidadão agora também é responsável pelos resíduos que gera, precisa repensar e rever seu papel como consumidor. O setor privado, por sua vez, fica responsável pelo gerenciamento ambientalmente correto dos resíduos sólidos, pela sua reincorporação na cadeia produtiva e pelas inovações nos produtos que tragam benefícios socioambientais.
A busca por soluções na área de resíduos também reflete a demanda da sociedade que pressiona por mudanças motivadas pelos elevados custos socioeconômicos e ambientais. Se manejados adequadamente, os resíduos sólidos adquirem valor comercial e podem ser utilizados em forma de novas matérias-primas ou novos insumos. Proporcionando, assim, a abertura de novos mercados, gera trabalho, emprego e renda, conduz à inclusão social e diminui os impactos ambientais provocados pela disposição inadequada dos resíduos.
Neste sentido, destaca-se o papel dos catadores de matérias reutilizáveis e recicláveis, com destaque para a gestão integrada dos resíduos sólidos. De modo geral, atuam nas atividades da coleta seletiva triagem, classificação, processamento e comercialização dos resíduos reutilizáveis e recicláveis, contribuindo de forma significativa para a cadeia produtiva da reciclagem. Sua atuação, em muitos casos realizada sob condições precárias de trabalho, se dá individualmente, de forma autônoma e dispersa nas ruas e ainda nos existentes lixões, os quais já deveriam estar extintos desde 2014, segundo a PNRS. O ideal é quando acontece a partir de cooperativas, por meio da organização colaborativa em associações.
A atuação dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, cuja atividade profissional é reconhecida pelo Ministérios do Trabalho e Emprego desde 2002, segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), contribui, para dar, além de visibilidade e empoeiramento para esses indivíduos, também para o aumento da vida útil dos aterros sanitários e para a diminuição da demanda por recursos naturais, na medida em que abastece as indústrias recicladoras para reinserção dos resíduos em suas ou em outras cadeias produtivas, em substituição ao uso de matérias-primas virgem. A PNRS atribui destaque à importância dos catadores na gestão integrada dos resíduos sólidos, estabelecendo como alguns de seus princípios o “reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania” e a “responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”.
Destaca-se, aqui, a importância da mudança de olhar frente a estes que chamamos de “catadores de lixo”. Percebam que ao longo da minha fala em nenhum momento utilizei a palavra “lixo”. Destacando e alertando para a nossa a visão ultrapassada sobre o tema que desde 2010, de acordo com a PNRS, foi renomeado como resíduos sólidos. E, portanto, aqueles que tiram sua renda familiar destes, não mais devem ser chamados de “catadores de lixo” devido ao sentido depreciativo da palavra, tirando a dignidade dessa importante atividade. Atribuímos à palavra “lixo” um sentido do que não nos servem mais; algo descartável; sem importância. E, aqueles que sobrevivem de recolher os resíduos sólidos não merecem ter a sua imagem atribuída a algo sem importância. Visto que, contribuem positivamente para um segmento da economia, além de manter a cidade limpa, por exemplo, dar o destino correto aos resíduos domésticos, movimentando a economia.
Larissa Jurado

Referências
http://www.mma.gov.br/estruturas/secex_consumo/_arquivos/8%20-%20mcs_lixo.pdf Acessado em 3/12/2016 às 20:40.

http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos Acessado em 3/12/2016 às 22:00.

Fonte Imagens
http://cimos.blog.br/atuacao/catadores-de-materiais-reciclaveis/
https://www.brasildefato.com.br/audio/catadores-podem-ter-aposentadoria-especial/

9 de novembro de 2016

APRENDEMOS COM A HISTÓRIA OU NÃO?!!

“Brasil lidera o ranking de desmatadtijucaores em um relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) que avalia a perda de cobertura florestal em todo o mundo desde 2010.

De acordo com o documento, o país perdeu 984 mil hectares de florestas por ano no período.  Em segundo lugar está a Indonésia, com perda de 684 mil hectares ao ano. Por outro lado, o Brasil é o segundo país com mais áreas protegidas, com 46,9 milhões de hectares, atrás apenas dos Estados Unidos.”(Bibliografia 1).

“Quem vê as imponentes árvores na Floresta da Tijuca, enquanto faz trilhas pelo Parque, pode não imaginar que 151 anos atrás a floresta era dominada por monoculturas, que capinavam abaixo todas as árvores para abrir espaço para plantações de cana e café, principalmente.” (Bibliografia 2).

“A marcha do café consumia à exaustão as terras até empobrecê-las totalmente e então desmatava novas áreas de mata para recomeçar o plantio. Não havia consciência ecológica, porém como causa direta do desmatamento contínuo, houve uma crise no abastecimento de água que deixou a cidade do Rio de Janeiro na seca em 1843.” (Bibliografia 2).

“A falta d’água foi associada à derrubada das árvores e Dom Pedro II baixou um decreto para tentar contornar a situação. Estava ordenado o plantio de novas mudas a partir das margens das nascentes dos rios e a preservação das já existentes na Floresta da Tijuca.” (Bibliografia 2).dom pedro ii

“Hoje uma mistura de áreas replantadas e de outras recuperadas naturalmente, cada árvore tem uma história para contar. Ou melhor, o homem é que pode contar com esse espaço preservado de beleza sacra onde a natureza ensinou, talvez pela primeira vez aos cariocas, a importância da sua conservação.” (Bibliografia 2).

Falta de água, lugares em processo de degradação e desertificação, altas taxas de CO2 na atmosfera, falta de chuva, esses são alguns problemas resultantes da ação do homem. Com os trechos acima, faço um convite à seguinte reflexão: onde chegaremos se continuarmos neste ritmo?

Muitas pessoas não tem consciência da situação, pois onde moram são cercados de prédios e casas, e quando ouvem algo sobre este tema, não conseguem imaginar a problemática, pois não faz parte de realidade que a cerca. O fato de que o desmatamento é prejudicial para todos nós e é histórico! Já traz consequência desde sempre, como por exemplo, no Rio de Janeiro, à 164 anos atrás. Porém hoje temos um problema muito maior que naquela época, já que nossa população é bem maior, as emissões de gases poluentes e o desmatamento também são cada vez maiores e as estações do ano, não parecem ser mais as mesmas.

A falta de água na Cidade de São Paulo recentemente, serviu para levar reflexão, pelo menos uma pequena parcela da sociedade, sobre a importância que a água tem para a nossa vida e fazer com que os mesmo racionem este bem. Porém, será que isso é suficiente? Se analisarmos, está tudo interligado; se não houver vegetação (florestas), não teremos um equilíbrio climático, se não houver equilíbrio, dificilmente haverá chuvas em lugares adequados para suprir a população com água, com o aumento do desmatamento e das emissões de gases estufa, o fenômeno das ilhas de calor que cercam as grandes cidades, também afetaram outras regiões, podendo causar a destruição de grande parte da vegetação e quem sabe desertificação.

Esses são algumas consequências que sofreremos caso, tudo continue neste ritmo. E qual a solução? Plantar árvores como Dom Pedro II ordenou que fizessem? Não somente! Devemos cuidar do ambiente que nos cerca para que não se acabe, pararmos de ser uma sociedade de remediação e começarmos a ser de prevenção, e principalmente acabar com a mentalidade de que, o que acontece lá, não me diz respeito, pois com certeza te diz respeito, já que se as coisas continuarem assim, perderemos inicialmente, um dos bens mais preciosos que é a água, pois sem ela, dificilmente haverá algum tipo de vida terrestre.

Alex de Almeida Castro

Bibliografias:

1 – http://www.oeco.org.br/reportagens/brasil-e-o-pais-que-mais-derruba-arvores/ Acessado em 19/08/2015 às 22 horas.

2 – http://www.oeco.org.br/especiais/todos-os-caminhos-da-transcarioca/26758-o-reflorestamento-de-um-patrimonio/ Acessado em 19/08/2015 às 22 horas.

Fonte imagens:

1) http://jornalggn.com.br/noticia/no-seculo-xix-pedro-ii-reflorestava-a-tijuca

2) http://oglobo.globo.com/sociedade/historia/como-nos-dias-de-hoje-floresta-da-tijuca-foi-vista-como-resposta-para-crise-hidrica-ha-153-anos-15270990

7 de novembro de 2016

A Evolução da Medicina Dará Conta dos Nossos Atos Irresponsáveis?

É fato que a medicina e as doenças sempre correram lado a lado com a evolução do ser humano, desde os tempos mais antigos quando médicos ainda eram chamados de curandeiros. Na verdade, a medicina teria surgido há aproximadamente 2500 anos, segundo GONÇALVES, e de lá para cá, diversos tipos de remédios e tratamentos foram utilizados, sendo alguns considerados absurdos nos dias de hoje.
Entretanto, é inegável que inúmeras vidas foram salvas por antibióticos desde meados do século 20. Porém algumas questões raramente são levantadas: O que uma exposição tão longa aos mesmos métodos pode trazer para as próximas gerações? Existe realmente possibilidade de surgimento de bactérias e patógenos resistentes aos antibióticos comuns? Quais são as alternativas no caso de algo assim ocorrer? A sociedade, sobretudo no Brasil, está preparada para lidar com isso? Essas questões, apesar de fundamental importância muitas vezes não são conhecidas pelas pessoas, mas o seu potencial de vida está diminuindo rapidamente com o aumento da resistência bacteriana.
No ano passado, as Nações Unidas declararam o problema como uma “grave ameaça” para a saúde global. Várias linhas de evidências mostram que os antibióticos fazem uma seleção a favor das bactérias resistentes e que as populações de bactérias evoluem em favor a ela. Com essa informação é possível dizer que apesar de ser custoso e demorado para que as bactérias evoluam a tal ponto que consigam criar uma resistência quase total da espécie aos antibióticos, se continuarmos utilizando os mesmos tratamentos (como a penicilina que é usada a mais de 70 anos), uma hora as bactérias/protozoários se tornarão resistentes a esses tratamentos, e então a medicina deverá ter um plano B para a cura dessas doenças.
Um caso presenciado no Brasil foi o surgimento de uma “superbactéria” em um hospital no Rio Grande do Sul, segundo reportagem do programa “Bom Dia Brasil” da Rede Globo. Essa bactéria produz uma substância que inibe a ação até mesmo dos antibióticos mais potentes, e serve para alertar que a evolução das bactérias existe e está cada vez mais próxima do ápice (resistência total aos remédios usados)
Dentro desse conhecimento sobre uma possível resistência de bactérias aos fármacos utilizados atualmente, podemos especular que gerações futuras ficarão sem acesso aos tratamentos convencionais e terão de esperar a evolução da medicina trazer/desenvolver técnicas alternativas de combate as doenças resistentes.
Todavia, reportagem de Simon Redfern da “BBC Brasil”, cientistas da Califórnia encontraram um novo antibiótico que é extraído de um microrganismo encontrado em sedimentos do mar. Segundo pesquisas realizadas, esse antibiótico parece ser efetivo no combate ao Staphylococcus aureus, bactéria de fácil contaminação e que pode gerar infecções difíceis de tratar, já que se tornou resistente a quase todos os antibióticos disponíveis na atualidade. Isso mostra que ambientes marinhos são uma importante fonte para produção de futuros fármacos, visto que possui diversas e enormes áreas inexploradas.
Mas quais são os fatores que contribuem para o aumento dessa resistência? Dentre as possíveis causas e/ou contribuições para essa resistência das bactérias aos antibióticos, podemos citar principalmente o uso inadequado de fármacos, bem como o descarte incorreto dos mesmos. A falta de informação das pessoas aliada às condições precárias (saneamento básico, rede de esgoto) e um grande descaso por parte do governo com a as áreas da educação e da saúde, acaba gerando uma cadeia de atitudes incorretas que podem contribuir para o problema em questão (KORB & GELLER).
Enfim, podemos concluir que o problema da resistência dos patógenos abrange a população como um todo e também iniciativas por parte do governo. Atitudes como a criação de programas de educação ambiental para uma sensibilização das pessoas acerca de suas atitudes quanto ao descarte de fármacos, bem como uma maior disponibilização e aumento do acesso à informação acerca do perigo da automedicação, alertando para o consumo inadequado principalmente dos antibióticos, são de fundamental importância para que possamos repensar nossas atitudes e com isso o problema possa ser minimizado no futuro.
Gabriel Rezende
 
 Referências Bibliográficas
 GONÇALVES, Adrelírio José Rios. Algumas considerações sobre a evolução das doenças infecciosas nos últimos 500 anos. Hospital Federal dos Servidores do Estado, 2013.
REDFERN, Simon. Novo antibiótico que ataca superbactéria é encontrado no mar. Reportagem BBC Brasil, 2013. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/08/130801_antibiotico_fundo_mar_gm.shtml. Acesso em: 03 de nov. 2016.
BOM DIA BRASIL, Rede Globo de comunicação. Superbactéria resistente a antibióticos é encontrada em hospital no RS. 2013. Disponível em: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/05/superbacteria-resistente-antibioticos-e-encontrada-em-hospital-no-rs.html. Acesso em: 03 de nov. 2016.
KORB, A. & GELLER, B.M.R. O conhecimento como fator determinante para o enfrentamento dos problemas ambientais e de saúde. IX CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. III ENCONTRO SUL BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA, 2009.
 
Fonte da Imagem:

9 de outubro de 2016

A raiz de todo mal: o que anda acontecendo com o mundo e como nós colaboramos para isso...

Para quem assiste ou lê o jornal, comumente vê notícias sobre as guerras que acontecem no Oriente Médio, a situação dos refugiados em direção à Europa e como os países estão lidando com os numerosos barcos que chegam em suas fronteiras. Mas por um momento, você deve estar pensando ‘o que isso tem a ver com um blog sobre educação ambiental’, certo?! Pois bem, questões socioambientais, como próprio nome sugere, vão muito além de refletirmos somente sobre ecologia, conservação ou preservação, tal como preconizam a Ecologia Profunda, a Ecologia Integral e a Educação Ambiental Transpessoal. As questões socioambientais também incluem reflexões a respeito das imbricações da teia da vida e como estamos interconectados. Nesse sentido, as reflexões deste texto são resultados de uma viagem que fiz em julho deste ano para rever a minha irmã e conhecer alguns lugares da Europa e como o tempo que passei lá a me fez ao mesmo tempo contemplar a beleza dos lugares e a indagar o que anda acontecendo com o mundo. Vivenciei diversas situações que me fizeram ver a intolerância étnicorracial e religiosa que apenas sabia por ler ou ver uma reportagem no jornal e parei diversas vezes refletindo ao me colocar no lugar das pessoas que encontrei neste caminho. Nos três destinos mais marcantes, Bruxelas, Colônia e Amsterdam, eis minhas memórias:

 

Na capital belga, cidade que fora vítima de atentados terroristas em Março de 2016, estava com as ruas repletas de militares com armas a postos. Munida de um mapa turístico, visitei várias igrejas da localidade, inclusive, uma que diante das demais monumentais catedrais, passava despercebida, mas ao adentrá-la, deparei-me com uma exposição composta por inúmeros painéis com o conteúdo sobre a escravidão (um inclusive, falando sobre o Brasil e a situação dos boias-frias) e ao lado, um caixão com a escritura “o afogado imigrante desconhecido” com placas acima exibindo os números dos refugiados que arriscam a vida ao atravessar o mar em busca de asilo na Europa.  Um dos símbolos tradicionais da cidade é o Manneken Pis, uma estátua de um menino urinando e pela escrita da placa, explicava-se que significou o início do saneamento básico de Bruxelas, o que me fez pensar na origem das cidades e a organização urbana. Ao almoçar em um restaurante, o dono atencioso, conversou relatando as consequências do atentado, em como fizeram o negócio decrescer e o medo que estava sentindo sobre acontecer novamente, expressando sua opinião sobre a quantidade de muçulmanos que se encontram no país. Apesar de eu estar ciente com as reportagens a partir de notícias no jornal, diante dessas duas situações, percebi com mais clareza as inúmeras perspectivas que o acolhimento dos refugiados proporciona e como a desconstrução do preconceito e empatia é vital para solucionar esta questão.
 
Continuei minha viagem e passando um final de semana conhecendo a quarta maior cidade alemã, percorri a catedral de Colônia, monumental e relatando em sua estrutura a sua história de sobrevivência diante aos bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial. Aqui, novamente, deparei-me surpresa, com uma exposição sobre os refugiados: um barco de madeira e palavras, exibidas por um projetor no chão, em diversos idiomas com a frase “Jesus está sentado na barca dos refugiados”. Também visitei a fábrica de chocolate da Lindt, com painéis sobre a exploração do chocolate nos países africanos, o início da indústria e consolidação do produto na sociedade. Peguei um trem para pernoitar em Leverkusen, cidade vizinha. Caminhando pelos vagões para encontrar um lugar desocupado, passei por um homem que me convidou a sentar ao seu lado, sorri em agradecimento e sentei-me, começamos a conversar e ele me contou sobre sua origem angolana, de como sentia falta do seu país e que trabalha há 16 anos como taxista na Alemanha para enviar dinheiro para sua família em Ruanda. Disse-me que se impressionou quando eu aceitei sentar ao lado dele, o questionei  sobre o porquê da surpresa e ele revelou que em geral, se fosse um cidadão alemão, ele se negaria a dividir o assento, “They wouldn’t sit with me because the colour of my skin”. Esta foi a parte da viagem que mais me emocionou, me lembrei das aulas de história sobre o imperialismo e as consequências entre os povos africanos e de como o racismo descrimina culturas e estereotipa identidades. Nesse momento também lembrei-me de como a produção de chocolate ao redor do mundo, bem como a obtenção de cacau em países, como por exemplo,  Costa do Marfim e o antagonismo entre a consolidação da indústria que lucra exponencialmente diante a pobreza dos trabalhadores advém muitas vezes do trabalho escravo ou semi escravo.
 
Dando continuidade à minha viagem, em meu destino final, Amsterdã, visitei o Rijksmuseum, o Museu do Diamante e
me senti incomodada pela abordagem rasa das explicações e ciência por trás dessa indústria, tanto pelo preço exorbitante a ser calculado pela clareza, cor, tamanho, lapidação, quanto ao pensar em sua proveniência, então, no final, questionei o apresentador sobre a origem do material e os trabalhadores que o extraem. Ele me informou que não eram diamantes de sangue, que existe um certificado internacional que assegura a integridade do trabalhador, entretanto revelou que eles ganham muito pouco pelo trabalho.
Mas o mais marcante, sem dúvida, foi a visita à Casa da Anne Frank, beirando ao indescritível o sentimento de conhecer o espaço, reler partes do diário, escutar os depoimentos e ao final do trajeto da casa, há um vídeo com pessoas de diversas origens comentando sobre o diário, a Segunda Guerra Mundial e o que aprendemos de tudo o que aconteceu.
Essa poderia ter sido apenas mais uma viagem de uma estudante pela Europa, entretanto, esta promoveu  em mim as inúmeras reflexões  que foram aqui descritas e pude chegar à conclusão que precisamos urgentemente refletir sobre o rumo que as nossas atitudes predatórias estão nos levando. Precisamos também refletir a respeito da origem dos produtos que consumimos, nos conscientizarmos a respeito da intolerância que mata, aos pouco no dia a dia, bem como leva a eventos extremos de dor e morte.  O preconceito mina e o extremismo obscurecem as relações humanas. Precisamos despertar para a alteridade, o altruísmo e a empatia, agindo de forma mais consciente e responsável ao ponderar sobre nossas escolhas e promover a mudança que o mundo tanto precisa, aliado a sensibilidade, justiça, igualdade e respeito ao próximo.
“Para que a comunidade humana sobreviva, é imprescindível que sejamos mais responsáveis por nossas ações e eliminemos os preconceitos religiosos, raciais, étnicos, de gênero, egoisticamente motivados pelo poder político e pela ganância econômica.”
TOMITA, Luiza. A raiz de todo mal: uma exposição de preconceito, fundamentalismo e desequilíbrio de gênero. (2008).

Por fim, uma das perguntas que mais me emocionou dentre os depoimentos durante a exposição na casa da Anne Frank, foi o depoimento de um senhor que dizia que a Segunda Guerra Mundial nos ensinou o que o ser humano é capaz e sobre como não deveríamos deixar as atrocidades acontecerem novamente, e então, diante de toda a barbaridade que estão ocorrendo neste mesmo minuto, eu me pergunto, já não voltou a se repetir? ou se fomos alertados, como fomos capazes de deixar se repetir?
Amanda Malheiros
 
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3 de outubro de 2016

Ano Internacional do Entendimento Global


Que a humanidade seja salva de si mesma!” Bruno Ortiz

O ano de 2016 foi escolhido para ser o “Ano Internacional do Entendimento Global”, no qual, ao decorrer do mesmo, será realizado encontros, em quatro continentes, com o objetivo de estimular políticas inovadoras, que respondam aos grandes desafios globais, como as mudanças climáticas, a segurança alimentar, as migrações ou as alterações climáticas.

É sabido que a humanidade foi bem-sucedida em sua evolução, nas questões científicas e tecnológicas, porém no que tange as questões ambientais e sociais, ainda tem muito o que se fazer. Todavia, para se entender um pouco esta questão, é preciso voltarmos um pouco no tempo.

O ser humano, no início da sua trajetória pelo planeta via a natureza como algo místico, a reverenciava e a extração feita dela era geralmente para sua subsistência. Isso foi mudando com o passar dos anos, pois ao aprender as técnicas de agriculturas que agora lhe permitia não ser mais nômade e depois com a chegada da Revolução Industrial, a nossa relação com o meio se transformou e a natureza passou a ser vista por muitos somente como fonte inesgotável de matéria-prima. A exploração desenfreada, o modelo de produção que temos atualmente, a obtenção de um grande acúmulo de riquezas e ser capaz de qualquer coisa para consegui-la, juntamente com a liberação de poluentes em diferentes ecossistemas, tem causado muitos dos problemas ambientais que convivemos atualmente.

Toda esta herança cultural está tão impregnada na sociedade, que muitos não conseguem enxergar a necessidade de se mudar de hábitos, de desenvolver tecnologias mais sustentáveis, buscando uma melhor qualidade de vida para todos os habitantes do Planeta, em conciliação com o meio ambiente. Agregado a isto temos algumas minorias detendo o poder sobre os recursos naturais enquanto a grande maioria assistiu e colaborou com a sua exploração e deterioração. Se não fosse tudo, nossa espécie também não é muito conhecida por ser altruísta e geralmente fazemos as coisas a partir de interesses individuais ou acreditamos ser o certo, pois algo que é inicialmente visto como bom pode vir a não ser realmente bom.

 

Em seu artigo “REFLEXÃO ÉTICA SOBRE A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL”, Roveda e colaboradores trazem um exemplo para esclarecer esse raciocínio.  Por exemplo um lenhador ou uma pessoa que trabalha em uma madeira ilegal que tem que cortar árvores para poder comprar alimentos, roupas e objetos para ele e sua família. Enfim, para sobreviver. Esta pessoa está buscando com o trabalho, uma recompensa para si, o que não é errado e neste caso é visto como bom e certo, porém, com este fato, afeta todos nós. Mas a culpa não é dela, é de todo um sistema predatório e capitalista e da nossa cultura que não mudou. Na verdade, essa pessoa é um dos elos mais frágeis dessa cadeia.

É para refletir sobre essas questões é que vai acontecer os fóruns para o Entendimento Global. Pois acontecem vários fóruns Internacionais de discussões todos os anos a respeito das questões ambientais, porém as vezes podemos até notar uma regressão se compararmos a eventos anteriores. Por exemplo, a conferência de 2002 em Johannesburg que queria nomear como Rio +10, pois era 10 anos após a Rio 92, porém ficou conhecida como a Rio -10, porque houve um retrocesso. Para piorar esta questão, nós temos leis ambientais, tanto nacionais quanto internacionais, muito frouxas, pois um País fica livre para escolher se quer fazer parte desta “conferência” sobre meio ambiente ou não. Podemos citar o caso dos EUA, que não participou, pois é um País muito industrializado, que se tiver que reduzir suas taxas de emissões, a sua economia cairá drasticamente. Outro caso que podemos citar é o da pesca das baleias em águas japonesas, esta é uma cultura do País de muitos anos, mas só que devido o óleo da baleia por muito tempo ser utilizado antigamente, a mesma tem proteção ambiental Mundial, porém se os japoneses quiserem continuar com a caça em seu território, eles podem e a única coisa que pode acontecer é sofrer alguns embargos econômicos.    

Espero que este “Ano Internacional do Entendimento Global” seja o início de uma mudança, leis mais rígidas, aplicadas efetivamente. Eu sei que não existe uma prática única que servirá para todos os países, pois todos têm culturas e cresças diferentes, mas podemos pensar em desenvolvimento sustentável que a partir de características locais e regionais, também contribua globalmente. Que sirva de estímulos para deixarmos de sermos pessoas tão individualistas e possamos desenvolver o nosso lado mais altruísta. Que pensemos e reflitamos, que nossa casa não se limita apenas aos muros do local de onde passamos, parte do dia e que todos os dias voltamos para dormir. Temos que começar a entender que a nossa casa é o nosso Planeta, ele é finito, aqui é onde moramos, temos que cuidar dele para que ele continue a “existir” e que as próximas gerações também possam gozar de toda a beleza que este Planeta ainda possui. Só que para isso temos que mudar agora.  

Alex de Almeida Castro  

Referencias Bibliográficas

ROVEDA,M.; CAMPOS, F. I.; PIETRAFESA, J. P.; PRADO, R.; REFLEXÃO ÉTICA SOBRE A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL. Disponível em: www.catolicadeanapolis.edu.br/revmagistro/wp-content/uploads/2013/05/rEFLEXAO-ETICA.pdf

www.mediotejo.net/ano-internacional-do-entendimento-global-quer-reflexao-sobre-sustentabilidade-do-planeta-cvideo/ Acessado em: 25/09/2016.

WHAT IS INTERNATIONAL EVIROMENTAL LAW?. Understanding Global Change: Earth Science and Human Impacts. Global Change Instruction Program; p. 3 – p. 6.

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http://brunortiz.blogspot.com.br/

22 de agosto de 2016

Rio 2016 e a “Real” Preocupação com o Meio Ambiente?


Um dos principais assuntos neste mês de agosto foram as notícias sobre as olimpíadas do Rio que chegou ao fim no 21/08, após uma bela abertura dos jogos que além de apresentar um pouco de nossa história, cultura e costumes, tinha como temática a questão socioambiental.  Foi  muito elogiada pelos brasileiros e internacionalmente.

 
O intuito da abertura era fazer o mundo refletir sobre os impactos socioambientais causados por ações antrópicas e as consequências globais destas ações. Após a apresentação de vídeos demonstrando o aumento da temperatura global, impactos do desmatamento, problemas socioambientais, como a ausência de saneamento básico, um garoto caminhou pelo palco em meio de construções e encontrou uma muda de planta (lembrando até mesmo o filme Wall-e, no qual, um pequeno robô Levantador de Carga para Alocação de Lixo – Classe 'Terra'), trabalha sozinho para compactar e organizar todo o entulho deixado pelos seres humanos). Em seguida, cada delegação foi apresentada e seus atletas teriam que plantar sementes para que daqui alguns anos, o Rio de Janeiro ganhasse uma “floresta dos atletas”. Os aros olímpicos foram inspirados na natureza, formados a partir da base utilizada pelos os atletas para plantar as sementes.
 
Muito bonito, sem dúvida, mas fica uma dúvida no ar: será mesmo que os jogos olímpicos praticaram o que tanto defenderam na abertura dos jogos? Acredito que não, pois antes mesmo do início dos jogos já existiam críticas relacionadas às obras da cidade olímpica, e principalmente a construção de um campo de golfe, o qual foi feito em uma antiga área de proteção ambiental. O Rio já tinha dois campos de golfe, mas para o Comitê Olímpico Internacional nenhum era apropriado para as Olimpíadas, sendo que a justificativa da área escolhida para o novo campo foi que este local já estava impactado devida ao desmatamento e ambientalmente degrado. Porém, há controvérsias e até mesmo a construtora responsável pelo projeto foi beneficiada e segundo o ambientalista Marcelo Mello, este afirma que as práticas para manter o campo de golfe são prejudiciais às espécies do local.
 
Outra questão que não está de acordo com o discurso de “ambientalmente correto” é a despoluição da Baía de Guanabara, local que foi utilizado em competições como Vela. Foram realizados grandes investimentos para melhorar a qualidade da água, o que já era esperado há décadas pela população carioca. A meta de despoluição da baía prometida pela prefeitura até 2016 era de 80%, valor não atingido para os jogos. Além da preocupação com o transporte no momento dos jogos, o que também ocasionou a destruição de 200 mil m² da Mata Atlântica.
 
É de conhecimento também que para realização das obras foram apresentados relatórios ambientais simplificados (RAS) sem estudos ambientais mais complexos como a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), segundo a Fundação Heinrich Böll.
 
Nesse sentido, nos cabe refletir sobre o uso do marketing verde no discurso do “ambientalmente correto” que é utilizado em algumas situações, para nos fazer crer que somos uma nação realmente preocupada com as questões socioambientais, mas que na verdade somente mascara uma prática ainda voltada para a manutenção do modelo de desenvolvimento hegemônico atual. 
 
Quanto ao final das Olimpíadas, torçamos para que fique uma maior valorização dos esportes, melhor utilização dos locais construídos e a reflexão sobre nossas atitudes em relação ao meio ambiente.
 
Rafaella Ayllon
Referências 
Cerimônia de abertura movimenta milhões de internautas. Disponível em: https://www.rio2016.com/noticias/cerimonia-de-abertura-movimenta-milhoes-de-internautas
Imprensa internacional elogia cerimônia de abertura dos jogos olímpicos Rio 2016. Disponível em: https://www.rio2016.com/noticias/imprensa-internacional-elogia-cerimonia-de-abertura-do-jogos-olimpicos-rio-2016
Dossiê “Megaeventos e Violações dos Direitos Humanos no Rio de Janeiro Dossiê do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro novembro de 2015 Dossiê Megaeventos novembro de 2015 Olimpíada Rio 2016, os jogos da exclusão” https://br.boell.org/sites/default/files/dossiecomiterio2015_-_portugues.pdf

 

16 de maio de 2016

Moda versus Meio Ambiente: uma perspectiva globalizante

Recentemente fui bombardeada via redes sociais com notícias que traziam como chamada uma atriz hollywoodiana: “Emma Watson usa look feito de garrafas plásticas no baile do MET”, “Calça, corpete e garrafa PET: look de famosa em baile de gala é CHEIO de surpresas”, “Como Emma Watson levou um discurso sobre sustentabilidade ao Met Gala”; entre diversas outras chamadas que traziam o mesmo conteúdo.
O evento em questão era o Baile de gala do Metropolitan Museum of Art (Museu de Arte Metropolitana) - MET, que ocorre anualmente em Nova York, sendo conhecido pelos looks temáticos e de gala, ambos marcantes, que atravessam o tapete vermelho. No “mundo da moda” este evento é muito esperado, visto que marca a abertura de uma nova exposição no Costume Institute (Instituto do Vestuário), área voltada ao assunto no museu, que abordará o impacto da tecnologia na moda¹². Neste ano, o evento se realizou no dia 02 de maio, com a respectiva temática: “Manus x machina: fashion in an age of technology” (Mão x máquina: moda na era da tecnologia)1234.

Desta maneira, a atriz apresentou-se com um traje que fora constituído por resíduos do plástic, que contaram com a parceria de duas grandes marcas. A estratégia utilizada é conhecida como logística reversa, que visa a destinação de resíduos ambientalmente adequada, assim como minimizar a geração de resíduos, reincorporando-os no processo produtivo, quando possível.
Primeiramente, é positivo do ponto de vista socioambiental, observar que a roupa pela qual a atriz optou gerou mais impacto midiático que os demais trajes, principalmente porque tal “look” foi utilizado em um evento de moda. A atriz conceituou a sua escolha a partir de sua página no Facebook5, explicando que o plástico é um dos maiores vilões do meio ambiente.
Refleti, então: estaríamos mais sensíveis aos impactos que nossas ações causam ao meio ambiente? Ou este seria apenas um mercado a ser explorado?
Atualmente a indústria têxtil apresenta extrema dependência dos insumos que o meio ambiente provê,
principalmente a água, visto que para a produção de um quilo (1Kg) de tecido, são necessários cento e cinquenta litros (150 L) de água (LEÃO et. al., 2002)6, e infelizmente, estes valores não são os mais alarmantes para o consumo, visto que abrangem apenas uma etapa do processo produtivo. Este setor industrial gera inúmeros impactos ambientais além do consumo de água, gerando resíduos líquidos, que podem conter substâncias químicas, provenientes do tingimento, branqueamento, acabamento e demais substâncias7, e contaminar corpos d’água e solos, quando não são devidamente tratados, prejudicando a dinâmica ecossistêmica. Outra abordagem relacionada, refere-se à escala de produção, como já é sabido por nós, consumidores, a quantidade de peças produzidas é gigantesca, haja vista a quantidade de itens que nossos guarda-roupas suportam.
A discussão acerca da indústria têxtil abrange diversas esferas, não apenas a abordada referente à utilização de plástico, mas também, envolvendo o sistema capitalista, de maneira geral, que estimula o consumo desenfreado sem atentar-se à matéria prima do qual provém, e outras, que se utilizam da mídia e pessoas influentes para divulgar tais posturas como “dentro do padrão” e “modernas”. A desconstrução deste ideal e a proposição de uma nova postura sustentável demonstra a perspectiva globalizante, proposta por Reigota (1995)9, abrangendo nossa atenção às questões ambientais.
Independentemente do real objetivo que embasou a escolha da atriz a proporcionar tal mobilização, esta atingiu um grande número de pessoas, que podem não ter mudado sua postura frente à situação atual, mas proporcionou, no mínimo, alguns minutos de reflexão, de maneira a instigar a construção de uma maior consciência ambiental frente ao consumo.
Quem sabe o próximo tema do Baile de Gala do MET não seja: “Moda versus Meio Ambiente: uma perspectiva globalizante”? Emma Watson já estaria preparada!

 Aline Vicentin

 Referências bibliográficas e imagens:


2 http://revistadonna.clicrbs.com.br/moda/met-gala-2016-com-taylor-swift-como-anfitria-tradicional-baile-tera-como-tema-limites-entre-moda-e-tecnologia/

3 http://ego.globo.com/moda/noticia/2016/05/veja-os-looks-das-famosas-no-tapete-vermelho-do-baile-de-gala-do-met.html





8 http://veja.abril.com.br/noticia/entretenimento/emma-watson-usa-vestido-feito-de-garrafas-plasticas-no-baile-do-met

9 REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Cortez, 1995.

10 http://www.entendademoda.com.br/2015/09/entenda-de-moda-etica-moda-consciente-e-moda-sustentavel.html