6 de novembro de 2012

Ampliação do Porto São Sebastião transformará baía em concreto!!!

IBAMA libera licença para a ampliação do porto e construção do terminal portuário. A obra poderá afetar todo o ecossistema do litoral paulista. 


“A taxa de crescimento populacional no litoral norte é três vezes a média do estado. Por toda a margem da Rodovia Rio Santos surgem novas ocupações sem nenhum planejamento. Onde antes era mata, agora são moradias. Existem mais de 700 inquéritos na Justiça contra ocupações irregulares de barracos, casas e condomínios de luxo no litoral.” – G1 - globo.

A obra que já está em planejamento, portanto, em andamento, irá suprir a demanda econômica para o desenvolvimento não só no litoral, mas no país como um todo. Ela é justificada pelos avanços na exploração da camada pré-sal e o crescente investimento nos setores de logística (transporte ferroviário, hidroviário, rodoviário e aeroviário).
Por outro lado, o desenvolvimento e a busca por capital impactam e degradam o meio ambiente que está sendo explorado, pois a ação antropocêntrica agride diretamente os biomas essenciais para o ciclo da vida. Dessa forma, estamos perdendo e destruindo não só as belezas naturais, mas estamos pondo em jogo a falta de recursos para a manutenção dos ciclos biológicos.

Temos como exemplo a história: passamos a explorar o ambiente em nome do capital, e assim acabamos destruindo a natureza.

A Baía do Araçá é uma região lodosa, uma área que levou alguns milhões de anos para se formar. Além da preservação dessa baía, a outra questão fundamental para os ambientalistas é quanto à inclusão de contêineres no Porto de São Sebastião.



“A região mantém um dos últimos remanescentes de manguezal do litoral de São Sebastião. Devido à proximidade da Serra do Mar, que limita em extensão as planícies costeiras, o Litoral Norte do Estado de São Paulo possui poucas áreas de manguezais (3,4 km2), sendo que apenas 1% encontra-se no município, restritas principalmente ao interior de baías. O Araçá, além de conter remanescentes de manguezal e de abrigar alta diversidade biológica, é também importante reduto de pescadores artesanais que utilizam pequenas canoas caiçaras, uma tradição do Litoral, para capturar peixes e crustáceos. Os manguezais são considerados ecossistemas vitais para vida marinha. É nesse ambiente que diversas espécies se reproduzem, se alimentam, buscam abrigo e proteção. Apesar da aparência desorganizada quando observados durante a maré baixa, devido à quantidade de raízes, troncos e pneumatóforos sobre o sedimento, esse ecossistema é altamente estruturado. O manguezal constitui um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime de marés. É constituído de espécies vegetais e macroalgas (criptógamas), adaptadas à flutuação de salinidade e caracterizadas por colonizarem sedimentos lodosos, com baixos teores de oxigênio. Ocorre em regiões costeiras abrigadas e apresenta condições propícias para alimentação, proteção e reprodução de muitas espécies animais, sendo considerado importante transformador de nutrientes em matéria orgânica e gerador de bens e serviços.”

Gostou? Então acesse: http://www.biotaneotropica.org.br/v10n1/pt/fullpaper?bn01210012010+pt




Resumidamente - “Uma praia, cheia de conchas, é o melhor sinal de que a vida se cria em abundância. Uma das quatro praias da Baía do Araçá é um lugar de alta diversidade biológica, berçário para peixes e crustáceos. Com a ampliação do porto, toda a bacia será coberta por uma laje de concreto para servir como depósito de contêineres. A baía e tudo que nela vive, morrerão debaixo do concreto”.

G1 – globo.

Abaixo estão listadas frases que demonstram as divergências entre o progresso econômico e os impactos ambientais:

“A ocupação da ampliação do porto vai ser sobre pilotis, permitindo a troca de água do mangue e criando o ambiente para reprodução marinha. A vida vai se reproduzir sem luz.”
(Presidente da Companhia Docas, Casemiro Tércio Carvalho).

“Se a produção primaria em um ambiente de fito e zooplancton praticamente necessita de luz para sobreviver, como que uma laje de concreto sobre o mangue não vai impactar a vida do estuário?”
(Luiz Fernando Rocha Ugioni, biólogo UNIFESP).

“Isso seria mais ou menos como cobrir uma floresta. Se você cobre com uma laje uma parte de uma floresta, ela pode não desaparecer totalmente, mas certamente ela vai se modificar drasticamente.”
(explica o biólogo do Centro de Biologia Marinha da USP, Álvaro Migotto).

E agora José?


Agora o que nos resta é difundir a informação e criar alternativas para o desenvolvimento econômico conciliando-o junto ao meio ambiente. Até quando vamos continuar explorando e degradando a nossa casa em cima da bandeira do capitalismo?

Nossa função é reverter esse quadro a fim de melhorar a qualidade de vida sem destruir os biomas naturais que são essências para a manutenção do ciclo biológico.

O pessoal do grupo nossa ilha fez um abaixo assinado contra a obra. Se desejar assine: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/4705

Vale a pena também acessar o link e ver o vídeo, muito informativo.

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/06/sp-ampliacao-do-porto-s-sebastiao-pode-transformar-baia-em-concreto.html



          Fernando Cassas

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