Todos nós temos um sonho. E todos os sonhos
têm um motivo para ser, crescer e acontecer. Assim como nós. Quando um sonho
entra em nós, nós também entramos nele. É como uma simbiose, pois
personificamos nossos sonhos de tal forma, que eles deixam de ser “um” para se
tornar definidos e definitivos.
Eu, como qualquer pessoa, tenho sonhos. Mas
há “o” sonho, em especial, que cresceu comigo. Era o sonho de tocar piano.
Instrumento esse que na minha infância era muito caro, e por mais que hoje
continue sendo, atualmente ele está muito mais acessível do que antes, mesmo
porque o padrão de vida da sociedade mudou, logo, seus valores também.
Mas até eu poder comprar um piano pra mim, eu
acreditava que só poderia viver a música se eu tivesse aproximadamente 5 mil
reais para personificar o meu sonho. Eu consegui. Mas, logo em seguida, me
frustrei. Frustrei-me porque descobri que o valor do meu sonho era muito maior
do que o meu piano. Ele era tão grande, que não tinha preço. O valor do meu
sonho estava no aprender a tocar piano, no aprender a ouvir música clássica.
Estava na paz que a música me trazia e na felicidade que eu sentia quando
conseguia ler as notas de uma partitura. Ou seja, a música se tornou maior que
o meu instrumento caro.
Muitos de vocês devem estar se perguntando o
que o assunto tem a ver com lixo. E vou dizer o motivo.
Há pouco tempo, eu soube de uma notícia que
muito me alegrou, pois me provou que a criatividade, os sonhos, a vontade de
aprender e de viver de música, ainda consegue ser maior do que as condições
financeiras que uma pessoa possa ter.
Em Cateura, uma favela no Paraguai, existe
uma orquestra chamada “Los Reciclados”, que transforma o lixo do aterro
sanitário local, em instrumentos musicais. Instrumentos esses que, ao serem
comprados em uma loja, não sairiam por menos de 2 mil reais, dependendo da
marca. E esses possíveis valores, segundo o diretor da orquestra, são maiores
que as casas desses jovens.
Enquanto inúmeras pessoas desistem do que
desejam, outras tantas aproveitam o desperdício de outrem para transformá-lo em
uma pequena oportunidade de mostrarem quem são, o que querem e o quanto são
capazes de materializar suas ideias em realizações completamente palpáveis.
A pobreza poderia ser a primeira
justificativa. A falta de instrumentos, a segunda. Mas, ao invés de tentarem
justificar o porquê não conseguiriam, esses jovens aproveitaram suas ideias e
sua força de vontade para transformar o lixo de outros em sua própria música, e
se deixaram senti-la, vivê-la e ser transformado por ela. Mas, acima que tudo: transformaram
seus sonhos em música, sua dificuldade em música, seus medos em música. Pegaram
todo o lixo, e o fizeram música!
Confira um vídeo e
imagens das orquestra, acessando: http://www.hypeness.com.br/2013/05/orquestra-jovem-no-paraguai-toca-com-instrumentos-feitos-de-lixo/ . (Acesso em 13/05/2013, às 12:34h)
Rayssa
Moreira
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