Seria ótimo para a saúde da população e a
limpeza das ruas se não houvesse mais fumantes, mas enquanto isso ainda é inviável,
pesquisadores, estudantes e pessoas em geral estão buscando maneiras de reciclar
esse resíduo. Observando o chão de ruas, praias, praças e espaços abertos em
geral, constata-se que o resíduo encontrado em maior quantidade muitas vezes
são as bitucas e aqueles que as jogam nem imaginam o seu potencial.
A primeira
iniciativa de reciclagem desse resíduo foi a do americano Tom Skazy, criador da
empresa TerraCycle. O método consiste na extração do acetato de celulose
presente no filtro do cigarro, que pode ser transformado em plástico. Essa
tecnologia já se expandiu para o Canadá e Espanha, além dos Estados Unidos, e
deve chegar em breve na França,
Alemanha, Suíça, Áustria, Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia. Mas a
reciclagem de bitucas não é uma exclusividade de países de primeiro mundo.
Em
2012, três estudantes entre 16 e 18 anos do curso de Administração da Escola
Técnica Estadual de Heliópolis desenvolveram um projeto coordenado pela
professora Taís Bisbocci que produz pasta de celulose a partir das bitucas para
produzir papel. A iniciativa recebeu o nome de Sementuca, uma alusão ao tipo de
papel produzido, o papel semente, que consiste em papel reciclado produzido com
outras fontes de celulose como sementes, nesse caso, os resíduos de cigarros.
Eles utilizaram no experimento 50% de bitucas e 50% de papel reciclado, mas um
dos alunos, Vinícius de Souza, afirma que ele pode ser feito inteiramente com
as bitucas. O rendimento é de 7 folhas de tamanho A4 para cada 200 g de
bitucas. Essa tecnologia é brasileira e foi elaborada em 2003 por Marco Antônio
Barbosa Duarte que, na época, era graduando em Biologia na Universidade de
Brasília, Marco Antônio Barbosa Duarte, sob a orientação da professora Thérèse
Hoffman, do Instituto de Artes e do professor Paulo Suarez, do Departamento de
Química.
E falando em arte, existem artistas
que reutilizam esse resíduo de como matéria-prima para produzir sua arte, como
é o caso de Piauí Ecologia, aritsta de rua
que expõe sua arte na Av. Paulista. http://www.youtube.com/watch?v=6YLWf0jNKX4
Outra
aplicação interessante e brasileira é utilização do filtro como manta em
processos de hidrosemeadura em áreas degradadas (processo que reveste encostas
sem vegetação, saiba mais em
http://www.madegramas.com.br/hidrosemeadura-grama.htm), sendo que o papel e o
tabaco servem como fertilizantes.
Bem, agora que já se conhecem algumas das
possibilidades de aplicações das bitucas de cigarro, se faz necessária a
conscientização e mobilização das pessoas e a introdução de postos de coleta
que as destinem a locais adequados, onde pode ser feita sua reciclagem, pois,
ainda que sejam descartadas em cestos de lixo ou recolhidas das ruas por garis,
elas serão dispostas em aterros, onde não terão funcionalidade alguma. Já
existem algumas empresas que se responsabilizam pela coleta e destinação
correta de bitucas como é o caso da Bituca Verde e da BituEco. Cabe a nós
procurar conscientizar a população de nosso bairro, condomínio, escola,
universidade, de modo a coletar as bitucas e encaminhá-las a estes locais.
Nicole
Pinotte Rodrigues
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