Borboletas são lindas e com
certeza o nosso mundo seria menos belo se elas não existissem!
Sempre admirei suas cores e o
suave borboletear de suas asas, mas há quem o diga que essa suavidade pode
causar grandes transformações. Conhecido como o Efeito Borboleta, este fenômeno foi detectado e descrito pela
primeira vez pelo
meteorologista estadunidense Edward Lorenz e é uma expressão utilizada naTeoria do Caos, a qual se refere a uma das características mais marcantes dos sistemas caóticos: a sensibilidade a partir das condições iniciais.
meteorologista estadunidense Edward Lorenz e é uma expressão utilizada naTeoria do Caos, a qual se refere a uma das características mais marcantes dos sistemas caóticos: a sensibilidade a partir das condições iniciais.
Todavia, a repercussão do trabalho
desse cientista ganhou grande proporções, sendo até tema de um filme em 2004, The
Butterfly Effect (O Efeito Borboleta), escrito e dirigido por Eric
Bress, J. Mackye Gruber, no qual um jovem que tendo condições de alterar
seu próprio passado luta para esquecer fatos de sua infância. Porém, ao tentar
consertar seus antigos problemas ele termina por criar novos, já que toda
mudança que realiza gera consequências em seu futuro. O que sugere uma
relação com uma das interpretações mais comuns do trabalho de Edward Lorenz: “O
bater de asas de uma borboleta no Brasil pode desencadear um tornado no Texas”.
Não há consenso entre os
cientistas se isso seria ou não possível, todavia essa interpretação pode nos
levar à uma questão importante do ponto de vista social: as minhas atitudes
individuais podem podem contribuir para uma mudança do meu entorno e este por
sua vez, contribuem para uma mudança na sociedade? Caso reflitamos a partir do
conceito de alteridade, com certeza sim!
Alteridade é um substantivo
feminino que expressa a qualidade ou estado do que é outro ou do que
é diferente. É um termo muito abordado na filosofia e na antropologia. E uma das principais
reflexões sobre alteridade é aquela na qual o ser humano na sua vertente social
sempre tem uma relação de interação e dependência com o outro. Por esse motivo,
o "eu" na sua forma individual só pode existir por meio de um contato
com o "outro". O que eu faço reflete no outro e vice-versa e assim
vamos desencadeando uma serie de mudanças, tal como em uma teia de aranha.
Movemos um fio, mas ao fazer isso todo o sistema sente, os outros fio também serão
modificados de alguma forma. E isso pode ser bom ou ruim, dependendo da
perspectiva. Vejamos o porquê por meio de uma alegoria!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUdUO0rWxn3hLYzU3NGcAZuf38dtdBwjnFKjrZOBYYgPfoHunasFADJNt3W24waiYu-NwAUcMW_gguhRZJLvOXM6lB2MMqUeEwPYqUk5rmRh7TidBedw9pRiFB-qy0Ej1fZADFDmwqooDV/s1600/25-Borboleta-sendo-devorada-por-aranha-Nephilla-clavipes1.jpg)
Ao pensarmos nisso imediatamente
desencadeia em nós uma certa compaixão pela borboleta acompanhada por uma certa
raiva pela aranha. Isso acontece porque a beleza e suavidade da borboleta tende
a despertar em nós sentimentos ternos, enquanto a pobre da aranha, devido ao
imaginário cristalizado de repugnância e medo, tende a despertar sentimentos
mais negativos. Mas na verdade o que está acontecendo é um ciclo natural da
natureza, o de vida e morte. Há um interdependência aí, a alteridade, não
somente fome predatória. E caso não tenha uma interferência externa, será um
sistema em equilíbrio.
Podemos pensar em um sistema
parecido para vida em sociedade, pois vivemos em uma teia social, ainda que não
tenhamos consciência disso. Só que esquecemos da nossa interdependência com o meio
e consequentemente que nossas atitudes repercutem na teia e, muitas vezes, essa
repercussão será sentida em pontos dos quais nem fazemos ideia ou outras vezes
muito perto de nós.
É o caso de quando jogamos o lixo
no chão. A fazermos isso perturbamos o sistema e vamos sentir esse repercussão normalmente
nos meses de janeiro quando chove muito e o lixo entope os bocas de lobos,
causando enchente. Esse é somente um exemplo, mas existem muitos outros, pois
em nossa sociedade ainda predomina uma fome predatória e desequilibramos o
sistema. Precisamos consumir, mas não refletimos em como nos relacionamos com o
consumo e em como, este, por sua vez vai repercutir em nosso entorno
Tá aí um exercício interessante de
reflexão: que tipo de repercussão as minhas atitudes diárias de consumo poderiam
causar na teia social em que vivo? Você já pensaram nisso?
Luciana Farias
http://www.profetaseprofecias.com.br/natureza-viva/migrando-com-a-borboleta-monarca.html
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