No feriado de 21
de abril, dia de Tiradentes, participei do IV Congresso Nacional de Educação
Ambiental e VI Encontro Nordestino de Biogeografia, em João Pessoa, na Paraíba.
Gostei muito da
proposta de uma forma geral, mas uma me interessou particularmente, a mesa
redonda cujo tema era Ensino e Pesquisa em Educação Ambiental. Contando com
três debatedores, as reflexões foram no sentido de discutirmos sobre os
inúmeros os desafios envolvidos em uma ação educativa ambiental, bem como as
formas pelas quais tais problemas vão se resolvendo.
Ficou óbvio, pelo
menos para mim, que ainda que tenhamos exemplos de sucesso, são inúmeras as dificuldades
e imprevistos que ocorrem ao longo do desenvolvimento de um projeto de Educação
Ambiental, particularmente aqueles que ocorrem dentro das escolas públicas. O que
vai de encontro às minhas observações e experiências nesses quase seis anos de
estudo e pesquisa na área.
São inúmeras as
dificuldades e não daria para esgotá-las em um texto de um blog, mas poderia elencar
uma em particular, a qual vem sendo objeto de minhas reflexões: a distância
entre as políticas públicas pensadas para a Educação e para a Educação
Ambiental. Essa distância, oriunda, na minha opinião, por se tratar de duas
áreas do conhecimento reconhecidamente distintas pelas especificidades de cada
área, mas de grande abrangência e dotadas de grande complexidade. Tanto a
Educação, quanto a Educação Ambiental, abarcam diferentes correntes
epistemológicas em seus processos de legitimação e essa característica diversa
(de áreas, epistêmica e científica) apontam o caráter dinâmico,
transdisciplinar e principalmente complexo, conforme discute Sato (2000).
E por entender
que o sistema de ensino público brasileiro é um espaço importante e ainda
carente para o desenvolvimento de projetos de Educação Ambiental que não
estacionem somente na Gestão Ambiental, conforme bem apontou o prof. Dr.
Genebaldo Freire Dias, na conferência de abertura. Precisamos pensar que os
mesmos devem ser construídos a partir da idiossincrasia de cada unidade que
compõem esse sistema. E que apesar das inúmeras políticas públicas e propostas
de caráter nacional, sejam da área da Educação ou da Educação Ambiental, ainda
que promovam ferramentas que visem ajudar o ensino público a educar nossos
jovens frente ao mundo, estas precisam dialogar mais, de forma a se aproximar
cada vez mais da realidade escolar vivida e não somente daquela idealizada.
Luciana
Farias
ReferenciaSATO, M. Dialogando saberes na educação ambiental. In: Encontro Paraibano Ambiental – Novos Tempos. Anais: seção “palestras”. João Pessoa: REA/PB & UFPB, 2000.
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