1 de maio de 2016

EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: IRMÃS CONSANGUÍNEAS OU PRIMAS DISTANTES?


No feriado de 21 de abril, dia de Tiradentes, participei do IV Congresso Nacional de Educação Ambiental e VI Encontro Nordestino de Biogeografia, em João Pessoa, na Paraíba.
Gostei muito da proposta de uma forma geral, mas uma me interessou particularmente, a mesa redonda cujo tema era Ensino e Pesquisa em Educação Ambiental. Contando com três debatedores, as reflexões foram no sentido de discutirmos sobre os inúmeros os desafios envolvidos em uma ação educativa ambiental, bem como as formas pelas quais tais problemas vão se resolvendo.
Ficou óbvio, pelo menos para mim, que ainda que tenhamos exemplos de sucesso, são inúmeras as dificuldades e imprevistos que ocorrem ao longo do desenvolvimento de um projeto de Educação Ambiental, particularmente aqueles que ocorrem dentro das escolas públicas. O que vai de encontro às minhas observações e experiências nesses quase seis anos de estudo e pesquisa na área.
São inúmeras as dificuldades e não daria para esgotá-las em um texto de um blog, mas poderia elencar uma em particular, a qual vem sendo objeto de minhas reflexões: a distância entre as políticas públicas pensadas para a Educação e para a Educação Ambiental. Essa distância, oriunda, na minha opinião, por se tratar de duas áreas do conhecimento reconhecidamente distintas pelas especificidades de cada área, mas de grande abrangência e dotadas de grande complexidade. Tanto a Educação, quanto a Educação Ambiental, abarcam diferentes correntes epistemológicas em seus processos de legitimação e essa característica diversa (de áreas, epistêmica e científica) apontam o caráter dinâmico, transdisciplinar e principalmente complexo, conforme discute Sato (2000).
E por entender que o sistema de ensino público brasileiro é um espaço importante e ainda carente para o desenvolvimento de projetos de Educação Ambiental que não estacionem somente na Gestão Ambiental, conforme bem apontou o prof. Dr. Genebaldo Freire Dias, na conferência de abertura. Precisamos pensar que os mesmos devem ser construídos a partir da idiossincrasia de cada unidade que compõem esse sistema. E que apesar das inúmeras políticas públicas e propostas de caráter nacional, sejam da área da Educação ou da Educação Ambiental, ainda que promovam ferramentas que visem ajudar o ensino público a educar nossos jovens frente ao mundo, estas precisam dialogar mais, de forma a se aproximar cada vez mais da realidade escolar vivida e não somente daquela idealizada.
Luciana Farias
Referencia
SATO, M. Dialogando saberes na educação ambiental. In: Encontro Paraibano Ambiental – Novos Tempos. Anais: seção “palestras”. João Pessoa: REA/PB & UFPB, 2000.

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