O Deserto do Atacama, que
fica localizado no Chile é o mais árido do mundo, com cerca de 0,1 mm de chuva
durante o ano. Com áreas que podem ficar sem chover por décadas, pequenas
comunidades sofrem com a escassez de água. Mas a vida se impõe no Atacama, no gelo, na
areia, no céu e no sal, apesar de tanta aspereza. E foi dessa imposição
que surgiu um desejo, o de captar água a partir das escarças possibilidades que
a região oferece. Pensando nessa questão, desenvolveu-se uma tecnologia capaz
de coletar água da névoa,. Trata-se de uma tela, feita com polipropileno, que é
um material de baixo custo e o modelo é 100% sustentável. Um metro quadrado
desta tela, pode-se recolher, até 14 litros de água, em um dia muito bom de
coleta, mas em média são 4 litros diários. Claro que a localização e seu clima
ímpar de “nieblas costeras”, ajuda nesta questão.
Estica-se uma tela entre
dois postes, as gotículas de água passam pelos fios de polipropileno,
condensam, e assim, caem no coletor. Com este simples método, é possível
abastecer vários lugares, claro que a água recolhida não é potável, pois contém
minerais e algumas bactérias, mas não é difícil torna-la própria para o
consumo. A água ser assim, é uma questão específica do local de coleta, pois em
outros lugares, se coleta água 100% potável.
Esse método já é utilizado em
outras partes do Mundo, porém depende muito da sua condição de clima e
temperatura da região, limitando-se portanto, ainda ao Peru, México, Chile,
entre outros. Sendo que o maior complexo de malha do mundo localiza-se em
Tojquia, na Guatemala. São 60 captadores espalhados, que compõem uma rede de
1.440 m² e captam quase 4 mil litros de água diariamente, abastecendo cerca de
30 famílias, sem gastar energia.
Estudos mais recentes já
comprovam que o polipropileno, não é o material mais indicado para fazer a
captação de água, existem outros que são muito mais eficientes em reter a água
e condensá-la. E futuramente, esse método, talvez possa competir com a
dessalinização. O desenvolvimento da captação de água da nuvem, talvez, pudesse
melhorar em muitos lugares, a questão da escassez de água. Será que o clima que
temos aqui no Brasil, nos permitiria fazer isso em algumas áreas, para levar
água até as partes mais secas do Nordeste?
Alex de Almeida
Castro
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