9 de maio de 2016

Coletor de Névoa




O Deserto do Atacama, que fica localizado no Chile é o mais árido do mundo, com cerca de 0,1 mm de chuva durante o ano. Com áreas que podem ficar sem chover por décadas, pequenas comunidades sofrem com a escassez de água.  Mas a vida se impõe no Atacama, no gelo, na areia, no céu e no sal, apesar de tanta aspereza. E foi dessa imposição que surgiu um desejo, o de captar água a partir das escarças possibilidades que a região oferece. Pensando nessa questão, desenvolveu-se uma tecnologia capaz de coletar água da névoa,. Trata-se de uma tela, feita com polipropileno, que é um material de baixo custo e o modelo é 100% sustentável. Um metro quadrado desta tela, pode-se recolher, até 14 litros de água, em um dia muito bom de coleta, mas em média são 4 litros diários. Claro que a localização e seu clima ímpar de “nieblas costeras”, ajuda nesta questão.

Estica-se uma tela entre dois postes, as gotículas de água passam pelos fios de polipropileno, condensam, e assim, caem no coletor. Com este simples método, é possível abastecer vários lugares, claro que a água recolhida não é potável, pois contém minerais e algumas bactérias, mas não é difícil torna-la própria para o consumo. A água ser assim, é uma questão específica do local de coleta, pois em outros lugares, se coleta água 100% potável.
Esse método já é utilizado em outras partes do Mundo, porém depende muito da sua condição de clima e temperatura da região, limitando-se portanto, ainda ao Peru, México, Chile, entre outros. Sendo que o maior complexo de malha do mundo localiza-se em Tojquia, na Guatemala. São 60 captadores espalhados, que compõem uma rede de 1.440 m² e captam quase 4 mil litros de água diariamente, abastecendo cerca de 30 famílias, sem gastar energia.
Estudos mais recentes já comprovam que o polipropileno, não é o material mais indicado para fazer a captação de água, existem outros que são muito mais eficientes em reter a água e condensá-la. E futuramente, esse método, talvez possa competir com a dessalinização. O desenvolvimento da captação de água da nuvem, talvez, pudesse melhorar em muitos lugares, a questão da escassez de água. Será que o clima que temos aqui no Brasil, nos permitiria fazer isso em algumas áreas, para levar água até as partes mais secas do Nordeste?
Alex de Almeida Castro

Referencia e imagens:


 

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