Esses dias fui assistir ao filme “Caminhos da Floresta", direção de Rob Marshall, com Meryl Streep interpretando a bruxa.
O filme conta a historia de um casal que tem uma maldição sobre si que os impede de ter filhos e para que a bruxa desfaça o feitiço, precisa encontrar alguns objetos para a mesma. No desenrolar da trama, são promovidos os mais diversos encontros no mundo encantado. Há, por exemplo, a Cinderela (Anna Kendrick), Chapeuzinho Vermelho (Lilla Crawford), João (Daniel Huttlestone) e o pé de feijão e Rapunzel (Mackenzie Mauzy). O filme tem seus momentos, mas nem sempre convence.
Na verdade, o que me chamou a atenção no filme e me levou a escrever sobre ele é que os personagens constantemente cantavam uma música que começava falando: “I wish, I wish”... (Eu desejo, eu desejo...), pois todos, desde a trama principal do filme até a trama dos personagens secundários, todos desejavam algo. E no seu desejar egoísta, com total foco no objeto de desejo, não percebiam as consequências dos seus desejos. É lógico que essa busca cega e desenfreada só poderia causar problemas.
Ao longo do filme percebi que todos nós somos um pouco assim. Desejamos, desejamos, mas raramente paramos para pensar nas consequências do que desejamos.
Essa reflexão pode ser extrapolada para as diversas áreas da nossa vida, mas como escrevo para um blog com a temática de consumo sustentável, podemos pensar que raramente paramos para refletir a respeito dos nossos objetos de desejo e como isso contribui para o desequilíbrio ambiental, aumenta os processos de exploração dos recursos naturais ou esconde uma questão social ambiental muito grave. Como o trabalho escravo, por exemplo.
É possível parar de desejar? A resposta é não! Sempre buscamos ou desejamos algo, mesmo que seja eliminar o desejo egóico conforme prega o budismo. O que não deixa de ser um desejo, por mais paradoxal que parece ser.
O que eu acredito que seja a solução para que alcancemos um desejar menos predatório é o autoconhecimento. Pois ao nos conhecermos, aprenderemos a estar em paz com que o somos e temos. E consequentemente, pararemos de ter a necessidade de consumir desenfreadamente para suprir nosso vazio existencial.
Luciana Farias
Fonte da Imagem: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-201517/criticas-adorocinema/
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